Quarta-feira, 21 de Novembro de 2007

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Inspirei-me num post que a M. (não é nome fictício para alguém que passou na minha vida, mas é o da menina que visita este espaço e comenta) fez no seu blog pessoal. Aproveito e conto algumas sagas da minha vida.
É verdade, já estive dos dois lados da barricada. Tanto do lado de quem não queria assumir, como do lado de quem queria que a outra pessoa assumisse. Estive do lado de quem não queria assumir quando estava com a P.. Simplesmente não confiava nela e não ia andar a passear-me por aí com uma pessoa em quem não tinha a mínima confiança. Ela que desse provas em como valeria a pena assumir uma relação com ela. Até lá, funcionava um pouco como "friend" e como "fuck friend". Aliás, funcionou assim durante muito tempo, mas tenho dito que sem confiança pode haver amor, mas de certeza que não há relação. Aliás, comigo, se não houver confiança, não há rigorosamente nada. Sou assim.
Não assumi também com a H. enquanto ela não resolvesse a situação dela. Era engraçado, ela no meu meio queria que eu a tratasse como se fosse uma relação séria, mas enquanto ela não resolvia a situação dela, no seu meio eu era apenas um amigo, ou até um conhecido.
Ambas as situações passei assumi-las quando senti que havia motivos para ter confiança e para dar o passo em frente. Não vou avançar com alguém que não sei se me vê como um capricho ou sabe-se lá como o quê. É como a antiga história de apresentar a namorada aos pais: se me tivesse metido a apresentar aos meus pais as pessoas com quem andei, dei uns beijos, ou até umas quecas, eles conheciam uma diferente de mês a mês. Nunca apresentei nenhuma, curiosamente. Mas mesmo que tivesse apresentado, teriam sido só aquelas com quem tivesse tido algo que visse que era mesmo sério. Assim se passa com as relações e o "assumir": só se assumem as relações que são sérias, e só são relações sérias aquelas que nós e a nossa companheira queremos que seja. Se os dois não fizerem de uma relação, uma relação séria, então não há relação para assumir, nem nada para encarar. São meros amigos que de vez em quando dão "as suas" e trocam uns beijos e pronto, nada mais que isso.
Quando ambos vêem uma relação como séria, assumem, não pela vontade de mostrar ao mundo, mas porque não devem nada a ninguém e não vêem naquela relação um tropeço ou um peso.
Curiosamente, nos dois casos que aqui expus, quando avancei, e quando assumi, foi quando me deram as facadas. Pergunto: terá valido a pena? Se calhar ainda bem que mantive a distância durante algum tempo, porque às vezes é isso que as mulheres querem e gostam: distância. Quando lhes damos com os pés e estamos no controlo da situação, e somos nós que ditamos as regras, elas andam sempre atrás de nós. Quando somos os bonzinhos que as deixam decidir sobre alguma coisa, levamos facadas. O risco disto acontecer é enorme e não sou o único homem que já passou por isso, infelizmente.
Também já estive do outro lado, a querer que alguém assumisse o que tinha comigo e, curiosamente, quando isso aconteceu, desmarquei-me porque perdi o interesse na relação. Passou tanto tempo, tanto tempo, tanto tempo, que acabei por desistir e com a desistência acabou o sentimento.
Sempre que me pressionavam para assumir algo, demorei cerca de mês e meio dois meses a fazê-lo. Mas sempre que era eu a estar no outro lado, o tempo de espera foi um ano e meio, dois anos. Cansei de tanto insistir e lutar. Nos dois casos em que era eu quem estava "no comando", se é que possamos dizer assim, aquilo que recebi foi mesmo maldade e falta de carácter das pessoas com quem estava. Foi calculismo e capricho. Pergunto novamente: valeu a pena ter assumido? De forma alguma! Mas, por outro lado, valeu a pena: foi da maneira que deixei de me enganar a mim mesmo.
publicado por diariodeumfrustrado às 10:20
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10 comentários:
De antiego a 21 de Novembro de 2007 às 14:49
Isto é muita telenovela para a minha camioneta.
A minha vida, se calhar infelismente, é bem mais simples. Infelismente porque isso deve denotar pobreza de vivências. Isso de assumir ou não assumir, passa-me ao lado. Estive a milhas de ter esse potencial rol de gajas a apresentar aos meus pais, de mês a mês.
Quero dizer: Bolas !!! Consideras-te frustrado? Já viste quantos gajos não desejariam ter um décimo das relações que tiveste? Sortudo do caraças. E se dizes que ninguém te quer hoje, pelo menos 80 te quiseram no passado. Tens 80 anos?
De diariodeumfrustrado a 21 de Novembro de 2007 às 21:44
Antiego se tu soubesses da missa a metade...
Se calhar considero-me frustrado por ter tido tanta vivência junta em tão pouco tempo de vida. Ainda estava a digerir uma coisa e já estava a meio de viver outra, etc.
Realmente, creio ter um passado rico em experiências, mas olha para mim hoje: esgotei os cartuchos todos.
Não tenho 80 anos, nem sequer metade disso, mas tenho muitas experiências passadas para um curto espaço de tempo.
Eu bem digo que a única forma é refugiar-me num blog porque se contar TUDO aos que me são mais próximos, eles não acreditam. Eles mesmos já me dizem que devia escrever as minhas memórias e nem sabem quer do blog, quer de muitas mais coisas na minha vida.
De antiego a 22 de Novembro de 2007 às 10:36
Ui, isso que contas agora é o que toda a gente quer. "tenho muitas experiências passadas para um curto espaço de tempo" - maravilha! Isso é viver. Quem não gostaria de chegar aos 35 anos e já ter tanta matéria rica para escrever uma biografia?
"frustrado por ter tido tanta vivência junta em tão pouco tempo de vida" - Deves andar a gozar com o pessoal.
Cá para mim, essa do frutrado, é mas é grande marketing, man.
De diariodeumfrustrado a 22 de Novembro de 2007 às 11:00
Se calhar é como diz o velho provérbio "Dá Deus nozes a quem não tem dentes" e eu não sei dar valor ao que já tive.
Também não tenho 35 anos e não vou dar mais pistas sobre a idade que tenho. Porém, não cheguei ainda aos 35.
Sobre este meu blog, já disse o porquê de o ter criado e já falei da veracidade ou falsidade do seu conteúdo. Quem não acredita, nada posso fazer.
Só eu sei o porquê de escrever aqui, possivelmente porque só eu sinto o que sinto e com as minhas dores podem todos muito bem.
De antiego a 22 de Novembro de 2007 às 11:33
LOL, uns não podem é com as tuas resmas de gajas. Parece uma série de um gajo bonitão que conhece uma gaja a cada episódio, mas nenhuma o encanta. E assim vive triste e frustrado por não encontrar uma gaja decente.
De diariodeumfrustrado a 22 de Novembro de 2007 às 11:44
Quem te leia ainda pensa que eu choro de barriga cheia. Eu dei letras a cada uma das pessoas, e por vezes as letras repetem-se. Não sou, nem fui, nenhum garanhão, nem "andei" com metade de Portugal.
Há episódios que aqui conto que se passaram com a mesma pessoa. Além do mais, estou farto de dizer que não sou atraente. Se fosse, a história seria bem diferente.
De justme_nina a 22 de Novembro de 2007 às 11:44
Bem, afinal não sou a única a achar que deves ter perto de 80 anos ...... É que realmente... com tanto mulher e tanta relação...

"Quando se conta um conto, acrescenta-se sempre um ponto!" ;)
De diariodeumfrustrado a 22 de Novembro de 2007 às 11:50
Bem, confesso que essa do contar um conto e acrescentar um ponto me ofendeu. Se as histórias são vividas por mim, não há ponto a acrescentar, nem há fantasia a fazer. Acima de tudo, não há necessidade de inventar.
De justme_nina a 22 de Novembro de 2007 às 12:09
Ai, não sejas exagerado como sempre! Já reparaste que tudo aquilo que escreves é levado ao exagero! Vivencías aos exagero! RESPIRA FUNDO!

Ninguém está aqui para ofender ninguém!
Se escreves e publicas, é normal que os outros vejam , leiam e que tenham a sua opinião... certo?!?!?

Aquilo que me parece é que escreves de forma a embelezar e a salientar aquilo que para ti te parece mau! E tenho de concordar com ANTIEGO, acho que haveria muitos homens que gostavam de estar no teu lugar!

kiss's
De ascertezasdasincertezas a 17 de Junho de 2008 às 14:27
Eu diria que no fim das relações, sejam assumidas ou não, fica sempre a questão...terá valido a pena? Muito provavelmente, se nunca tivessem acontecido poupávamos um conjunto de chatices e problemas, isto sem ter em conta o sofrimento que pode advir de tal relacionamento.
No entanto, se nunca tivéssemos tentando, e por vezes não nos atirássemos de cabeça, nunca saberíamos como teria sido, e consequentemente não teríamos qualquer experiência nem aprenderíamos com os nossos erros.
Portanto, no fundo no fundo vale sempre a pena, por muito pouco que aprendamos, nem que seja para abrirmos os olhos relativamente a alguma situação ou pessoa.

Bjinhos

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