Domingo, 11 de Janeiro de 2009

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Viver não custa, o que custa é saber viver. Sinto-me incrivelmente só. Sinto que nos últimos tempos a minha máscara tem caído. Aquela máscara que revelava um tipo tolo, que falava e ria que se fartava, tem caído aos poucos e agora continua a dar lugar a um tipo tolo, mas vai sendo substituída por alguém triste que não consegue proferir duas frases seguidas por se sentir desmotivado com tugo, e que já não tem "resposta para tudo" como tinha antigamente. Começo a sentir que longe vão os tempos em que gostava de despiques intelectuais e verbais com toda a gente. Sinto-me mesmo muito sozinho e a companhia das multidões já não me completa. Perdi a vontade em ver pessoas. Sobre os meus amigos é mais do mesmo e nem vou perder tempo a repetir "o costume". A solidão é dilacerante. Damos por nós perdidos em meios familiares e o tempo passa sinuosamente devagar. Esperamos que o tempo passe à espera que venha mais um dia. Falta-me motivação. Já tive muita coisa na vida, já tive muitas experiências que um comum mortal não tem e continuo a sentir falta da normalidade. A solidão é normal nos dias que correm, mas não me enche as medidas. Falta-me cor. Falta-me alegria. Falta-me adrenalina. Falta muita coisa...

Conheci nestes dias uma pessoa no meu trabalho (noutra localização), com quem já me tinha cruzado mas com quem nunca tinha trocado uma palavra. Ela começou por me mandar uma mensagem. Retorqui. Ficámos nisto vários dias. Convidei-a para tomar café senão ao fim de dois anos ainda estaríamos nas mensagens e pelo menos podemos ganhar uma nova amizade. Rejeitou da primeira vez por ter planos para esse dia. À segunda aceitou. Ficámos duas horas à conversa. Conhecia-a pouco, mas ela já sabia muito de mim. Voltei a convidá-la para outro café e ela rejeitou por alegados compromissos nesse dia. Deixei de fazer convites, para ver qual seria a sua reacção. Hoje convidou ela. O que me intriga no meio disto tudo é que vejo que a sua única iniciativa foi talvez a principal: a primeira abordagem. Enviou-me uma mensagem e conseguiu chegar até mim através de conhecidos comuns. Acresce que depois das primeiras mensagens parece que sinto que desapareceu a vontade em querer conhecer-me. Nunca mais teve iniciativa de nada, nem tive feedback dela relativamente a mim. Sinto ainda que o café que combinámos para amanhã partiu de sua iniciativa como compensação pelas duas recusas que me deu. Não sei se voltará a tê-la. Sinto-me até desmotivado para ir por causa desse turbilhão de sentimentos em volta desta experiência. Não estou mais uma vez a pensar que esta é "a tal". Estou a pensar em conhecer alguém e ver como é a pessoa. Se o agrado for mútuo, logo se vê. Por instantes pensei que pudesse estar a ter uma experiência diferente mas não me quero empolgar em volta desta situação com medo de confundir sentimentos ou de me tornar ridículo.

A propósito, sinto que o tal primeiro café que se realizou foi desastroso. Tenho a sensação de que só disse disparates e mostrei uma pessoa que não interessa a ninguém. Mostrei-me.

publicado por diariodeumfrustrado às 14:54
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7 comentários:
De Isa_ a 11 de Janeiro de 2009 às 15:36
é a vida.. mas n faltam mulheres c M por aí, à tua medida, o problema é q elas têm dificuldade em descer do pedestal, olham p baixo e n vêm lá ninguem..
De soflor a 11 de Janeiro de 2009 às 16:06
Olá Frustado...compreendo muito bem aquilo que descreves...que te dizer ?!...que não estás só?!...isso já tu sabes...que amanhã é um novo dia ?!...também sabes....que não se deve ciar expectativas para que não nos sintamos frustados...algo que também já conheces....então como não tenho nada de novo ...somente te digo mostra-te e quem gostar de t como és é quem te merece...pelo menos eu tento praticar isso comigo embora o resultado seja...melhor nem dizer...
Beijinhos e já agora boa sorte ou se preferires vai ...... !
De afteramsterdam a 11 de Janeiro de 2009 às 21:07
Olá, boa noite...

Penso que essa solidão que sentes é já um flagelo nos dias de hoje, cada vez se vêm mais pessoas sozinhas a passear por aqui e por ali, especialmente à beira mar (ou à beira de um ataque de nervos).
É dificil estarmos connosco, sozinhos com os nossos botões, fugimos a sete pés de nós próprios... contra mim falo, os fins de semana são cheios de tempo, desse tempo que nos faz sentir essa "doença", a solidão.

... Há que aprender a viver connosco (digo eu)

Afteramsterdam
De acriativa a 11 de Janeiro de 2009 às 22:17
Eu sei que pode parecer estúpido o que vou dizer, mas simlplesmente vive! Vive um dia de cada vez para começar! Depois logo virão outros planos outros encontros, e quem sabe uma pessoa que te encha o pensamento e o coração! Se por exemplo não te apetecer ir beber café amanhã, diz-lhe simplesmente que não podes! A cima de tudo sê sincero contigo, acredita em ti e vais ver que tudo começa a correr melhor ;) Fica bem ( todos nós nos sentimos assim... uma pessoa sem interesse... mas que no fim só interessamos a quem realmente nos interessa...)
bjs
De Gipsi a 13 de Janeiro de 2009 às 00:29
"Tristezas não pagam dívidas", que sábio que eram os nossos antepassados com os seus ditos populares, tristeza atrai tristeza por isso tenta contrariar esse sentimento.
De Il Conte a 13 de Janeiro de 2009 às 13:55
Olha, pa, so duas coisas, acho-te uma pessoa inteligente (escreves de forma inteligente) e portanto acho que vais conseguir sair disto mas:
1) sempre com essa mania que as mulheres teriam que terem iniciativas! Entao muda para a Dinamarca ou para a Noruega! Agora, a mulher portuguesa, que eu saiba é bastante tradicional e gosta que sea o homem (ao menos aparentmente) a ter iniciativas. E tu sempre ali a espera que sejam elas a procurarem-te, nem que tu fosses um actor famoso ou um futebolista riquissimo...
Va, começa a insistires mais com as mulheres, como temos que inistir os 90% dos homens que nao somos nem ricos nem famosos. Insistirmos é normal, pa, é absolutamente normal!!!

2) Desculpa, vou sr duro e pratico mas é por bem: sabes, eu acho que tu andas um bocado deprimido, rapaz. A culpa nao é tua, nem de ninguem. Acho que é so uma questao de quimica e pronto. O cerebro as vezes produz pouca serotinina ou nao produz mesmo, podeser que ao momento o teu corpo nao consiga produzir sozinho aquelas substancias quimicas que tu precisas pelo teu bem estar e que normalmente o cerebro produz. Sendo assim, fala com um medico, pq provavelmente se tu tomasses uns comprimidos para integrares as substancias quimicas que nao produzes sozinho, tudo isso passava logo e facilmente. Nao tenhas complexos nem nada, nao es nem maluco nem anormal, és uma pessoa que precisa se calhar da ajuda de uns farmacos e mais nada. Muitos ja passaram por aquilo. Eu proprio, depois da separaçao estava muito deprimido , tomei comprimidos durante um mes e meio e tudo isso passou logo sm problemas.
Nao queiras resolver tudo sozinho. fala com o teu medico. pede ajuda. Tudo de bom
De Balzaquiana a 16 de Janeiro de 2009 às 20:56
Estás a baralhar-te sem motivo.
Afinal um café é apenas isso: tomar o dito cujo e dar 2 dedos de conversa.
Para quê complicar?

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