Na passada sexta-feira celebrava-se o Dia Mundial da Dor. Ontem, o Dia Europeu da Depressão. Hoje, o Dia Mundial da Menopausa. Confesso que este género de dias me repugnam pela carga de negativismo que cada um deles imprime. Até o Dia Internacional da Mulher me faz espécie: o dia serve para recordar tudo o que as mulheres têm sofrido ao longo dos séculos e não para sensibilizar a população para as qualidades positivas que a mulher pode ter.
Porque se celebram tantos eventos infelizes e negativos? Alguém acredita que em cada um destes dias se progrida social, política e cientificamente tendo em vista a inversão do actual cenário? Não. As comissões trabalham 365 dias, tal como os grupos de trabalho e de sensibilização.
Assim sendo, repito a pergunta: porque se dedicam os dias do ano a infortúnios e desgraças? Para quando o Dia Mundial da Saúde, sem que se recorde o que cada um tem que fazer para a ter, o Dia Mundial do Dinheiro em abundância, do Amor, entre tantos outros? Já agora, porque é que cada um dos raros dias positivos que temos é sempre explorado até ao tutano pelo capitalismo? Porque não apenas celebrar... porque sim, porque é bom, porque faz bem?