A defesa preemptiva está cada vez mais na moda, sobretudo após a Guerra do Iraque. O comportamento adoptado pela administração Bush foi veementemente condenado por muita gente um pouco por todo o planeta, mas o escopo daquela decisão teve apenas um fundamento: a antecipação a um potencial perigo. Mas, se pensarmos bem, não terá esta guerra ilustrado o comportamento do Ser Humano no seu dia-a-dia? Falo por mim, que tento, já quase que inconscientemente, antecipar-me aos perigos vindos do exterior e prefiro agredir a esperar poder ser agredido para reagir. Já fui assim e já tenho experiência suficiente para saber o que o mundo me reserva. Mas, qual paradoxo, não consigo deixar de acreditar que a boa fé pode andar por aí, embora cheio de reservas. E se calhar a boa fé já passou mesmo por aqui e tentou sentar-se à mesa comigo, mas eu recusei negociar com alegados terroristas e agora não só não consegui instaurar a paz no mundo como continuo obcecado com a minha segurança. Entretanto a vida passa ao lado, mas é mais confortável assim (apesar de ser mais paranóico) do que saber que poderei dar novamente o corpo às balas e ficar pelo caminho...