Quarta-feira, 26 de Dezembro de 2007
O mesmo I. do post anterior tinha uma namorada há alguns anos, por quem era muito apaixonado. Fazia tudo por ela e chegaram mesmo a viver juntos. A coisa não funcionou, e não queriam estragar o que tinham, por isso decidiram voltar a viver cada um na sua casa.
A namorada do I. queixava-se constantemente do assédio de que era alvo por parte de um ex-namorado. Ela mostrava-lhe mensagens dele, telefonemas, etc e dizia que nem lhe dava confiança para chegar a este ponto. Dizia que o desprezava, mas que ele era insistente e que o I. tinha que fazer qualquer coisa.
O que o I. não sabia é que ao mesmo tempo que ela namorava com ele e fazia este papelão de mulher fiel, alegadamente também namorava com o outro tipo de quem tanto se queixava e dizia-lhe que era alvo de assédio por parte do I. e que isto tinha que ser resolvido.
Eles bem tentavam telefonar um ao outro para se poderem intimidar mutuamente, mas ela não deixava, porque dizia que pelo telefone não se resolvia nada. Tinham que se surpreender pessoalmente. O objectivo dela era esse: ter dois homens à pancada por sua causa... Vá lá que os dois foram inteligentes e perceberam a jogada. No entanto, nenhum dos dois foi mais inteligente do que o outro, dado que, tanto quanto sei, voltaram a namorar com ela.
Não o vejo há alguns anos, e não sei se hoje ainda continuam nesse filme.
Tenho um antigo colega de escola que tinha bastante azar na vida, atendendo a alguns episódios por ele vividos. Vamos chamá-lo de I. Uma vez estava ele com vários colegas de trabalho, quando se cruza com ele um conhecido que temos em comum. Convidou-os para beber uns copos. Eles podiam pedir e beber o que quisessem, que ele pagava tudo. Tinha recebido dinheiro, já não sei se do trabalho, se de outro lado qualquer, e queria festejar.
Pediram, pediram, pediram e beberam que se fartaram. Eram aproximadamente dez pessoas. A dada altura, esse conhecido que temos em comum, chamemo-lo P., diz:
- Esperem aí, que vou ali ligar à minha mãe, para avisar que vou jantar mais tarde.
Estamos a falar de um tipo que na altura já tinha os seus 29/30 anos. Ele foi fazer o telefonema e ainda hoje está pendurado no telefone. Mas pendurados, pendurados, ficaram eles, que ao fim de algum tempo de espera que ele voltasse, perceberam que ele se tinha ido embora. Não sabiam onde ele morava, nem tinham o telefone dele. Acabaram por pagar a despesa e as bebidas que o P. consumiu também.
Terça-feira, 25 de Dezembro de 2007
Tive um Natal muito atípico com a B.. Depois de passar um dia como nos outros anos, eis que passo a Consoada com a B.. Passo a hora da Consoada a dar presentes de Natal, muitos, à B. e ela também a dar-me bastantes. Competimos para ver qual é que dava mais ao outro. Ganhámos os dois! Entre nós ninguém perde!
Passámos ainda a noite de Natal na praia, a ver o mar, a trocar sentimentos, a trocar beijos e abraços. Trocámos muita coisa, entre as quais, a vontade de ter um futuro em comum.
Mais pormenores não vou inserir aqui. Há pormenores que nunca ninguém apagará da minha memória e este Natal será um deles. Hoje vamos passar boa parte do dia juntos. Existe melhor dia de Natal que esse? Existiu melhor Consoada que a de ontem? Certamente que não!
Estamos muito, muito, muito bem e... recomendamo-nos mesmo aos casais mais apaixonados!
Segunda-feira, 24 de Dezembro de 2007
Ainda sobre o Natal, recordo um episódio recente. Ainda tenho duas avós e um avô que estão vivos. No outro dia, os meus avós maternos vieram cá visitar-me a casa e viram-me com um casaco que nunca tinham visto. A minha avó "gabou" (expressão que ela muito gosta de utilizar para falar bem de uma coisa) o casaco e disse ao meu avô:
- Se eu soubesse que tu não morrias tão cedo, comprava-te um casaco igual a este. Por isso... deixa lá.
Resumindo: como o meu avô pode estar prestes a morrer, investir em algo que corre o sério risco de ser usado durante muito pouco tempo, é deitar dinheiro fora! Assim, a partir de agora só se gasta dinheiro com o estritamente necessário.
Estas presunções de morte antecipada têm muito que se lhe diga.
Tenho estado ausente. A B. tem mudado a minha vida de forma radical, para melhor! Não deixo de ter as minhas frustrações, e as minhas limitações, mas agora procuro viver o que tenho de bom na vida: vou começar a trabalhar e iniciei uma relação com a B.
Estive ausente no fim-de-semana. Passei um fim-de-semana fantástico com a B. Foi MESMO um fim-de-semana fantástico! Houve de tudo um pouco, de afecto, a sexo, a carinho, a amor, a conversa. Mas o que mais destaco neste fim-de-semana é a proximidade cada vez maior que nos une. Vejo em pequenas coisas que temos mesmo muito em comum. Em pequenas coisas mesmo. Em conversas, em reacções, até no dormir junto. Sim, refiro-me ao dormir e não ao fazer amor! Conversamos, conversamos, conversamos. Falamos de tudo. Continuamos a falar de coisas bastante chatas e de coisas bastante alegres, de coisas eruditas e de coisas mais básicas, etc. Enfim, cada vez estou mais próximo da B.
Quero passar não só o fim-de-semana, como a semana, os meses e os anos com ela. A B. tem os seus medos. Fala deles e tem medo que eu os tenha. Sim, tenho. Não sou de ferro. Sou de luta e não viro a cara a uma luta, mas não vejo a luta como um desafio, como um capricho, como um troféu. Abraço as causas que entendo que devo abraçar, sempre com o fundamento de me ajudarem a crescer, a evoluir e a fazer o bem. Tenho os mesmos medos que a B., mas se não tentar progredir e construir uma bela história com ela, vou ficar sempre na indefinição do "e se...". A única coisa certa na vida é, curiosamente, a morte! Tudo o resto são suposições! Hoje posso estar a jurar-lhe amor eterno e amanhã o mesmo acabar, ela pode fazer o mesmo por mim e acontecer o mesmo fim. Hoje posso não querer vê-la mais, e amanhã mudar completamente de opinião. No entanto, uma coisa é certa: devemos ter ambições, objectivos, planos e procurar ter a certeza do que queremos. Eu quero a B. e acho que se nos aplicarmos os dois, daqui a 20 anos ainda estaremos a construir uma bela história! Quando um não quer, dois não fazem. Até pode ser que os dois não consigam fazer, mas tentam! É o tentar, o investir, o esforçar! Só assim podemos ir longe. Nada nesta vida é certo... para o futuro. Mas quando os dois trabalham em prol do mesmo projecto, as probabilidades de incerteza e indefinição diminuem e a garantia de sucesso aumenta. É o que quero com a B. Aceito o seu passado, aceito o seu presente e quero um futuro com ela! Um futuro que vá além de quecas e noites de tórrida paixão. É bom que passe por aí também, mas que tenha muito mais substância. Há vida além do sexo. E quando as duas pessoas estão em sintonia, são compatíveis e têm tanto em comum, é um desperdício não viver essa vida além do sexo. Temos todas as chances de vencer e tudo farei para que ela possamos vencer os dois!!!! Os dois como sendo um só! É o que quero dela. Aceito o jogo dela, as cartas que mete na mesa. Vou a jogo, recuso-me passar! E luto até ao fim: pelo nosso fim! A B. não é uma "fuck friend". A B. é agora minha companheira e estou do lado dela em tudo!
Sábado, 22 de Dezembro de 2007
Estava eu ainda na Faculdade e num dos seus corredores, quando vem uma aluna a andar tranquilamente e desmaia mesmo à minha frente. Não, não foi por me ver e acreditei que não tivesse sido por isso, até porque não sou nada de mais! O que é certo é que a rapariga caiu ali aos meus pés, mas sem reacção.
Fui ajudá-la a levantar-se, e fui tentar ver o que se passava com ela. Meio inconsciente disse que eram ataques de pânico e que os tinha com alguma frequência. Ajudei a rapariga a sentar-se num dos bancos da Faculdade e uma funcionária que viu o episódio foi buscar-lhe um copo de água.
A rapariga de imediato começa a pedir para ligar ao namorado que estudava ali ao lado, para que a fosse buscar, porque o resto do dia já lhe ia correr mal. A funcionária perguntou-lhe se não teria epilepsia e ela disse que estava a fazer exames para saber se era isso.
Como a rapariga me pediu para ligar ao namorado, eu, que detesto invadir malas alheias (não tenho jeito para roubar como se pode ver), tive que colocar a minha mão naquele pedaço de mundo feminino que é... a mala. As malas de mulher têm tudo, mesmo de tudo, e até o que não se consegue imaginar.
Lá consegui descobrir o telemóvel. Perguntei-lhe:
- Como é que se chama o teu namorado?
- Fofinho! - respondeu ela.
Ainda incrédulo quanto ao que tinha acabado de ouvir, pergunto:
- Desculpa?!
- Fofinho! - repetiu - O meu namorado chama-se Fofinho.
Lá vou eu ao telemóvel e confirma-se a existência de um "Fofinho". Pergunto à moça:
- Como é que se chama o Fofinho?
Enquanto pergunto isto, ela volta a sentir-se mal e não me responde... É urgente chamar o Fofinho! Ligo-lhe:
- Estou?
- Olá! Desculpa, mas... - disse eu, quando sou interrompido...
- Quem é que está a falar?! Quem é que tem o telemóvel da minha namorada?! Quem és tu?! - respondeu um namorado furioso e ciumento.
- Calma!!! Estou aqui com a tua namorada...
- Estás com ela?! Mas quem és tu?! Porque é que estás com ela?!
- Ouve... não a conheço de lado nenhum! Nem sei o nome dela... Ela desmaiou, teve um ataque de pânico e pediu que te ligasse! Está na Faculdade!
- Ah!!! Estou a ir para aí então!
Livrei-me de um namorado ciumento e furioso que teve muito pouco de Fofinho comigo, e acabei por não o confrontar com o nome. Ele lá chegou, e levou-a dali possivelmente para a sua casa. No entanto, há que destacar o facto de ninguém se ter aproximado para ajudar e alguns rapazes ainda terem aproveitado o facto da menina bonita estar de mini saia para lhe tentarem ver a totalidade das pernas. Isto aconteceu e, mais uma vez, comigo.
Quinta-feira, 20 de Dezembro de 2007
A época do Natal recorda-me várias coisas. Tenho boas e más recordações do Natal. Curiosamente, até tenho mais boas do que más. Mas há uma que certamente jamais me esquecerei: aquela em que entalei o meu pai sem querer.
Por entalar, não é que o tivesse feito numa qualquer porta e achasse isso suficientemente significativo ao ponto de o trazer para o meu diário. Refiro-me a outro tipo de "entalar".
Estávamos nós no início das chamadas "linhas de valor acrescentado", quando os prefixos ainda eram 506 para Grande Lisboa e Porto e 0670 para o resto do país. Lembram-se? Pois eu sim. Eu tinha por volta de uns 11/12 anos. A minha mãe comprava a revista Maria e trazia lá diversos números destes. Um deles era o Tele Encontro, nunca mais me esqueço. Um anúncio a preto e branco numa página colorida da revista.
Comecei a ligar para lá, e às tantas tornei-me de tal maneira expert na matéria que acabei por descobrir como poder ter acesso às caixas de correio de terceiros e ler os seus recados. Não era difícil. Se não estou em erro, bastava inserir a nossa referência de x digitos e íamos dar à nossa caixa de correio. Marquei alguns números ao calhas e fui dar à caixa de um Marco, com 21 anos na altura. Acedendo à caixa dele, descobri que havia uma tipa cujo nome não me consigo recordar, mas com uma voz muito sensual e também com os seus 21/22 anos.
Tirei o número de telefone que ela havia deixado na altura e liguei-lhe. Nem me lembro de que região do país era. Liguei-lhe. Ela estranhou a minha voz, e perguntou-me se tinha mesmo 21 anos. Disse que sim, mas que estava constipado, daí a voz estar estranha. Um puto daquela idade a dar a volta a uma tipa de 21/22 ("começou cedo", devem estar alguns a pensar). Ela acreditou e começou a trocar ideias comigo. Por incrível que pareça hoje tenho pena do Marco. Ainda bem que lhe fiz isto. Como é que o Marco ia aguentar uma tipa de 21/22 anos que levava conversa de um miúdo de 11/12 e se sentia satisfeita e completa? Que podia eu falar com ela com aquela idade, além de desenhos animados, de Ciências Naturais e de jogar à bola com os amigos na rua?
Ela gostou do que eu tive para lhe oferecer e ligava-me para casa no horário que eu lhe indicava. Dizia que raramente estava em casa por causa do trabalho (não me lembro o que é que eu lhe disse que fazia), sem que ela soubesse que era por causa dos meus pais que não iriam achar graça ao facto de saberem que a minha primeira grande namorada tinha 21/22 anos e que eu tinha passado a chamar-me Marco.
Na altura tinha gravador de chamadas. A vontade de falar comigo era tanta, que ligou-me mesmo fora do horário que lhe disse. Curiosamente, não estava ninguém em casa. Mas a primeira pessoa a chegar era a minha mãe que ouviu o seguinte recado pronunciado por uma voz sensual: "Olá. Liguei só para poder ouvir a tua voz. Tenho saudades tuas. Tchau Marco, um beijinho".
Na altura as coisas já não eram famosas aqui em casa entre os meus pais, e a minha mãe ao ouvir aquilo a primeira coisa que pensou foi que "Marco" era um código para parecer que era engano e que quem estava a ligar era uma possível amante do meu pai. Eu quando ouvi aquilo ia congelando. Vi a minha mãe furiosa, mas como é que eu lhe ia explicar que ao fim de alguns dias ia receber uma conta do telefone de 25 contos?! O que é que a deixaria pior? Saber que o Marco era eu, ou saber a conta do telefone que estava a caminho? Com o medo da reacção, até porque a minha mãe não era muito dada a conversas e resolvia os problemas à moda antiga, decidi ficar calado.
A minha mãe acabou por confrontar o meu pai com aquela situação. O homem jurou a pés juntos que não tinha nada a ver com aquilo, que não sabia quem era o Marco, nem quem era a tipa. Discutiram e aquilo chegou a tal ponto que acabei por ter sangue frio, depois de encorajado pela minha irmã, para lhes contar a verdade! Não me bateram porque o meu pai só me tocou uma vez na vida e estava com a minha mãe nessa altura. Mas isto deu direito a um pedido de desculpas de todo o tamanho e, como a conta chegou entretanto e estávamos na altura do Natal, fiquei sem prendas para que se pudesse pagar a conta.
Terça-feira, 18 de Dezembro de 2007
Na foto estão Warren Beatty e Faye Dunaway, mais conhecidos por Bonnie and Clyde. Estes eram conhecidos como "partners in crime". Pois bem, eu sou moreno, a B. é loira, e somos "partners in life". A nossa ligação é cada vez mais próxima. É impossível resistir-lhe. Voltámos a estar juntos ontem. As saudades são imensas. Custa tanto "desligar" dela.
Não há nada que me tire o que senti quando fui ao seu encontro. Ver a expressão de felicidade que ela irradiava, vê-la a partilhar toda a sua felicidade comigo através de um abraço tão forte quanto delicioso, sentir os seus beijos intensos e de saudades! Ninguém me tira o brilho nos olhos que devo ter tido naquele momento. Também duvido que alguém tire o brilho que ela tinha, a felicidade. Era o matar de saudades! É impressionante, mas sentimos um conjunto de emoções que não dá para explicar. Não tenho palavras para descrever, pois todas as palavras são poucas. Só quem sente é que sabe o que é tudo isto!
Como eu disse, estamos cada vez mais próximos! Ainda estou a acordar, meio zonzo, e já estou com a cabeça nela. Já pego nos telemóveis para ver se a B. deixou alguma mensagem, algum sinal, qualquer coisa, nem que fosse um simples "Beijo". Adormeço a pensar nela. Passo o dia inteiro vidrado nela. Lembrei-me dos famosos desenhos animados do Tom Sawyer, quando este passava tarde inteiras com o Huckleberry Finn deitado em fardos de palha, com as mão atrás da nuca, uma palha na boca e a olhar para o céu, a perder-se na sua imaginação. Eu estou igual. A diferença é que não está cá o Huck, não tenho fardos de palha, nem nada para pôr na boca enquanto me perco nos meus pensamentos com a B.
Passamos momentos incríveis, cada vez mais próximos, mais juntos e... ambos torcemos para que isto não acabe nunca. Sabemos que a vida tem "flashes", mas tudo faremos para que a vida trate de nos ajudar a manter este "flash" de paixão e a construir algo muito belo em conjunto! Adoro a B.. Simplesmente adoro-a e gosto muito, mas muito dela. Cada vez mais! Mesmo muito mais! Estamos felizes, completamo-nos e só queremos que tudo continue assim!
Domingo, 16 de Dezembro de 2007
E as saudades? E a vontade? Quem é que as aguenta? Aguentamos nós, pois claro. Até porque matar saudades, é como fazer as pazes depois de uma zanga: delicioso!
A B.... (suspiro)... Ontem tive uma noite fantástica com a B.. Uma noite "brutal"! Melhor era impossível. Adorei a noite de ontem! Simplesmente adorei! Sou um tipo feliz pela excelente noite que passei com a B.. Não, não houve sexo e nem estava a fazer referência a isso. Estava a referir-me às pouco mais de oito horas que passei com ela ontem, desde o momento em que fui ter com ela, até a ter deixado ir para o seu cantinho descansar.
(suspiro)... Como é possível ficar indiferente perante a B. depois de mal me aproximar dela ver que ela estava linda, lindíssima? Como é possível ficar indiferente a uma mulher tão doce, tão querida, tão simples? Como é possível ficar indiferente ao facto de estar com ela e poder partilhar um jantar, uma bebida, ideias por mais loucas ou mais lógicas que sejam? Como é possível ficar indiferente a uma gargalhada da B.? Como é possível ficar indiferente à sua boa disposição? Como é possível ficar indiferente à sua fragilidade? Como é possível ficar indiferente face a um beijo da B.? E que beijo... que beijos!
Somos compatíveis no beijo. Somos compatíveis no desejo. Somos compatíveis no abraço. Somos compatíveis nas piadas. Somos compatíveis na "picardia". Somos compatíveis no sentimento. Ainda não somos totalmente compatíveis na música, mas se nunca formos, não há problema, porque tem que haver diferença em algum lado. Somos compatíveis nas gargalhadas. Derreto-me diante dela, com as coisas que faz, diz. Ela deixa-me sem saída e chega a fazer-me render diante dela. Subitamente acordo e lembro-me de me recompor. Quero ser eu a fazer com que ela se renda. Consigo, mas não sem que ela dê luta. Também ela acorda e volta a deixar-me totalmente rendido.
Ficamos os dois K.O., como ela bem diz. K.O. para os dois perante estes sentimentos que cada vez se despertam mais. É verdade, estou apaixonado por ela. Do que vejo e sinto, ela também está apaixonada por mim. É impressionante a forma como conseguimos falar de tudo e conseguimos ver piada em coisas que a maior parte das pessoas não vê. É impressionante a forma como conseguimos transitar de uma conversa chata (no sentido de ser triste), para uma conversa mais erudita e logo seguidamente para uma mais disparatada e divertida.
Fazemos planos juntos. Muitos planos. Os nossos "muitos planos" são... não os fazer! Deixar o tempo correr. Porque quando muito queremos algo e tentamos forçar, corremos o risco de perder e ficar sem nada. Quando começamos do fim para o princípio, as coisas tendem a correr mal. Estamos a começar do princípio e a deixar as coisas fluírem. Gosto da B. A B. faz-me bem. A B. dá-me vida. Creio que tenho o mesmo efeito nela.
Dar a mão à B., segurar-lhe a mão, acariciar-lhe a mão... (suspiro)... uma mão suave que se encaixa perfeitamente na minha. Eu que já não sabia o que era agarrar na mão de alguém com tanto sentimento... voltei a acordar... a acordar para a vida! Agarro a mão dela com vontade, com gosto, com carinho. Afinal, como a B. bem diz, pegar na mão de alguém e passear-se de mãos dadas com alguém, é um gesto muito íntimo. A B. é sensível com as mãos. As minhas mãos são sensíveis com as dela, mas adoram-nas!
A B. continua com o problema de achar que tem um passado pesado e que eu nunca passei pelas mesmas situações que ela, como tal, talvez não seja justo prender-me assim. Encontrei a pessoa que cada vez mais me completa. Encontrei a pessoa que me faz muito, muito bem. Pela primeira vez penso que não interessam as limitações que as pessoas podem ter. Aceito o passado dela, da mesma maneira que espero que ela aceite o meu. Apoio-a. Ajudo-a. Compreendo-a. Estou aqui para ela. Gosto dela! Não pretendo deixar passar a oportunidade de ser feliz, dela ser feliz, de podermos ser felizes. Aceito o "package" que a B. comporta, porque a B. faz-me bem. É como aquela frase que diz que a vida não se define pelas vezes que respiramos, mas sim pelos momentos em que nos tiram a respiração. Estou com a B., ela tira-me a respiração vezes sem conta. Tem mais coisas na sua vida, é certo, mas enquanto houver lugar para mim, vou querer pertencer-lhe. A não ser que a B. me queira expulsar da sua vida. Aí a história é diferente.
B., se me leres e ouvires, tenho a dizer-te que quero-te assim como és, na condição que tens, na situação em que estás! Quero-te assim mesmo! Não é nenhuma prisão! Pelo contrário! Dá-me cada vez mais prazer pertencer à tua vida assim. Não te livras de mim assim tão facilmente... QUERO-TE!! Quero estar do teu lado! Vamos viver e quem sabe daqui a 10 anos já tenha uma colecção de posts sobre nós, suficientes para fazer uma Bíblia! Vamos em frente, porque para a frente é que é caminho!