"Sacar uma striper". Este é o velho sonho masculino: "sacar uma striper". Ir a um strip club, escolher uma striper e conseguir seduzi-la. Se partirmos do princípio que vamos a um strip club como deve ser, isto é algo extremamente difícil de acontecer, pela qualidade física das meninas, pela experiência que as mesmas têm na área e por terem demasiada procura. Sempre foi algo que cedo tirei da cabeça, pelos motivos referidos. No entanto, fiz anos recentemente. E no nosso grupo de amigos, onde somos cerca de oito, temos um costume: sempre que algum faz anos, pagamos um privado ao aniversariante, e em tempos difíceis um table dance, só para nos podermos rir um pouco da "vítima". Foi a minha vez, para não variar. Fiz questão que fosse a mesma striper das outras vezes, porque era uma verdadeira bomba e porque sempre gostei do seu ar natural que nada tinha a ver com o ar de frete com que muitas apareciam a abordar os clientes!
Fui ao meu privado, pago por eles, a striper já me conhecia de outros aniversários, e eis que quando estava perto do terminar aquilo para que tinha sido paga (e foi só mesmo para tirar a roupa, porque não pago, nem pagarei, para ter sexo), diz-me baixinho ao ouvido:
- Onde está o teu telemóvel?
Respondi, surpreendido pela pergunta, com um:
- Como?!
- Onde está o teu telemóvel? Está aí contigo? - ripostou ela.
- Sim... está... porquê?
- Pega nele, então.
Tirei o telemóvel e ela diz-me de imediato:
- Anota aí... 9********. - deu-me um número de telemóvel.
- Este número é teu? - Perguntei eu.
- É. Nós aqui dentro ficamos por aqui, mas lá fora podemos ir mais além.
- O que é que é ir mais além para ti? É pagar-te?
- Liga-me que nós combinamos qualquer coisa fora daqui.
- Sim, ok, mas... se é para te pagar alguma coisa, digo-te já que não pago por sexo e aqui os privados e table dances do nosso grupo são mesmo pela diversão da coisa. Não estou desesperado à procura de sexo!
- Não percebeste. Não te vou pedir dinheiro. Já te conheço, já me considero tua amiga e do grupo também, e queria ir "mais além contigo".
- ?! - fiquei sem palavras - Ok, eu ligo-te.
- Saio daqui às 6h, todos os dias. Liga-me quando quiseres.
Ficou combinado assim e, dois dias depois, liguei-lhe. Ficou combinado ir ter a casa dela. Quando saí do trabalho fui ter com ela. Pudemos estar algumas horas juntos, antes dela entrar ao serviço. Envolvemo-nos e, quase em uníssono, curiosamente, dissemos: "Adorei!". Não cometi o erro de no dia seguinte lhe mandar a mensagem a agradecer pelo final de tarde/noite anterior, mas temos trocado algumas mensagens. O meu grupo de amigos de nada sabe, porque privilegio a discrição e porque com o trabalho que ela tem seria complicado expô-la a terceiros. Não é prostituta, é apenas striper.
Nunca pensei em "sacar uma striper", e se calhar por causa disso é que aconteceu o que aconteceu. Se andasse aqui a fazer um esforço nesse sentido, provavelmente nunca iria ter nada. Sou solteiro, não tenho ninguém, e posso dar-me a este luxo. Se fosse comprometido isto jamais teria acontecido. Enjoy the moment!
Cheguei a falar aqui da "tipa do comboio". Acabámos por nos conhecer, porque ela meteu conversa comigo. Trocámos números, conversámos e ainda fomos tomar três cafés. Mas logo ao fim do segundo café, sem que alguma vez tivesse havido o que quer que fosse, eis que ela decide mandar-me sms como "então, já não me mandas mensagens? Perdeste o interesse?". Assim, a frio! Eu respondia sempre que não tinha nada a ver com interesse, mas com o facto de ter mais coisas para fazer.
Insistiu durante vários dias, e, realmente, acabei por começar a perder o interesse, pois uma tipa que ainda pouco mais sabia do que o nome, já me mandava várias (para não dizer quase dezenas) mensagens por dia a questionar-me porque é que não respondi à mensagem dela de há cinco minutos atrás, ou às outras de há meia-hora.
Fui tomar mais um café com ela e pedi-lhe que se acalmasse. Disse que tem que ter calma porque eu não só não era namorado dela, como tinha vindo de um relacionamento há pouco tempo e queria levar as coisas com calma, caso tivesse que acontecer alguma coisa. Ainda mal a conhecia, e ela já quase me tratava como se fosse namorado. Não queria isso. Queria uma amiga e quiçá no futuro alguma coisa se desenvolvesse. Ela reconheceu que, de facto, tinha estado a mandar muitas mensagens e que não o devia fazer assim, etc. O que é certo é que logo meia-hora depois de terminar este nosso café, voltou à carga "então? Em silêncio?". Ninguém merece! Nem lhe respondi. No dia seguinte não pude ir no mesmo comboio que ela porque precisei (mesmo) de ir para o trabalho mais cedo. Logo começaram as mensagens "pois... se tivesses interesse vinhas no mesmo comboio. Agora tudo faz sentido...". Perdi a paciência e disse "amiga, se é para continuares com estas coisas e com estas teorias da conspiração, não vale a pena. Não preciso disso, ok?". Eis que recebo a resposta: "Agora percebi tudo! Perdeste mesmo o interesse em mim. Mais vale não nos vermos ou falarmos mais. Ficamos por aqui. Fica bem. Adeus". Palavras para quê? No final de tudo, acabei por me livrar de um peso. Se a conhecê-la pouco foi como foi, como seria se tivesse tido, de facto, alguma ligação afectiva a ela? Não quis imaginar, e, para que ela ficasse a sentir que afinal foi ela que me rejeitou, e não me dissesse mais nada, saindo pela porta da frente, ainda lhe disse "não percebo o porquê de fazeres isso, mas tudo bem. Fica bem". Funcionou. Não disse mais nada, saiu por cima, e eu saí aliviado. Este início de amizade estava a ser um grande tormento.
Ao fim de algum tempo, meses mesmo, sem contactar com uma pessoa com a qual estive em vias de ter uma relação mais séria do que aquela que tivemos, voltei a contactar com essa pessoa. Na altura houve alguns desentendimentos de parte a parte, que comprometeram uma eventual continuação. Porém, não ficaram mágoas entre as partes. Apenas optámos por seguir cada um a sua vida. Foi consensual.
Entrei em contacto com ela no sentido de saber se poderíamos voltar a comunicar-nos, ficando pelo menos amigos. Conversámos, entendemo-nos e voltámos a comunicar-nos com regularidade. De certa forma acertámos os mal entendidos que ficaram para trás e que nos causaram problemas na altura. Após algum tempo de contacto, voltámos a ver que possivelmente havia por aqui alguma espécie de atracção que podia atrapalhar uma possível amizade. Optámos por novo afastamento há cerca de 15 dias, para não complicarmos tudo novamente.
Eu sabia que ela tinha realizado uma viagem à América Latina e temos um gosto em comum: gostamos de estatuetas dos locais por onde passamos ou por onde alguém passa. Tenho aqui algumas de alguns sítios onde já estive e de sítios onde pessoas já estiveram. Já havia trazido algumas para ela de sítios onde já estive. Ela decidiu enviar-me para casa algo que saberia que eu ia gostar: uma estatueta de um sítio por onde ela passou na sua viagem. Contactei-a para lhe agradecer pelo gesto e eis que ela decide dar-me conta de estar a "repensar a vida dela" para saber o que realmente quer. Quis saber a minha opinião e avisou que não queria colocar-me expectativas. A minha resposta foi rápida e simples:
- Não tenho expectativas sobre nada. Cada um decidiu seguir a sua vida, por entender ser a melhor opção. Se algum dia um dos dois achar que é possível pelo menos desenvolver uma amizade e depois as coisas acontecerem naturalmente, tudo bem. Mas se continuarmos a achar que a melhor opção passa pelo afastamento, tudo bem na mesma. Tu tratas da tua vida e eu trato da minha. Se algum dia o destino decidir colocar-nos no caminho um do outro, seja! Mas não vou começar a fazer filmes e a desenvolver uma obsessão por alguém que neste momento não faz parte da minha vida. O segredo é deixar acontecer o que tiver que acontecer. Não há pressas, nem precipitações.
Ela não me disse mais nada. Aguardam-se novidades, ou daí até não. O futuro o dirá.
O início do Verão tem destas coisas: é muito bom, mas também pode ser muito foleiro. Que o digam todas aquelas pessoas que me farto de ver por aí que mesmo com dias inteiros de chuva e trovoada insistem em fazer-se passear com a bela calça branca. E viva o "bom gosto" e a "moda"!
P.S.: De referir que, muitas vezes, às calças brancas de Verão em tempo de chuva ainda se juntam as cuecas pretas por baixo que também são visíveis muitas vezes.
Estou totalmente comprometido com o trabalho. No entanto, como local de trabalho que se preze, tem sempre indivíduos que procuram afogar as mágoas e frustrações nos outros. Até parece história, mas tenho-me deparado com três personagens com características tão diferentes, quanto iguais ao mesmo tempo. Um é homem, de avançada idade e bastante limitado. Sente-se bem em lançar boatos e em atemorizar as pessoas com fofoquices que não interessam a ninguém, mas sente-se bem em lançar o caos. O outro não é tão avançado em idade, mas sente-se bem se se sentir constantemente superior aos outros. Gosta de saber que controla algumas situações. A outra personagem é mulher, e gosta de "torturar" as pessoas. Além de tratar mal as pessoas e de ser extremamente mal educada, gosta de ter as atenções centradas em si e não há como lhe fugir nisso.
Ainda hoje interroguei um colega sobre o porquê das pessoas saberem que estão erradas, saberem que prejudicam os outros, que lhes fazem mal, mas mesmo assim insistirem, sem ganhar nada com isso, nem sequer o respeito. Ele deu-me uma resposta simples e certeira:
- Olha, o primeiro e o segundo têm todas as características de serem pessoas habituadas a viver na sombra dos outros, e de ninguém nunca ter gostado deles, sendo verdadeiros frustrados da vida. Então, fazem o que fazem para se sentirem no controlo de alguma coisa, para se sentirem os seres especiais que sempre quiseram ser e nunca foram. E acho que todos sabemos pelo que já ouvimos deles, que é precisamente isso que se passa. A problema da outra resume-se a duas coisas: falta de tempo e falta de "peso masculino".
Percebemos que estamos a ficar velhos quando recebemos cada vez menos telefonemas de pessoas no nosso aniversário, e quando as antigas e gloriosas "festas de anos" começam a transformar-se em "jantares" e "cafés" de aniversário.