Confesso que nestas coisas das relações e das mentiras, acho particular piada quando o agente que comete os actos profere um "eu podia muito bem não te ter dito nada e ter-te mentido, mas se te disse é porque não me pesa a consciência" como se esta frase mágica valesse uma entrada directa para aquela sala mais que privada e sagrada, chamada "confiança" e como se nós, os enganados, ainda fossemos uns malvados. A sério, não deixa de ter graça. A forma como é dito até parece que o agente que comete o acto ainda é um herói por ter dito a verdade! Realmente, ninguém merece...
Bem dito, bem feito. Confiei, juro que confiei. Depositei a minha total confiança na H.. Tenho falado com a H. todos os dias via telefone, e-mail e sms. Diversas vezes. Ontem a H. mandou-me uma mensagem à noite a dizer que estava a pensar em mim, que me amava, bla bla bla, e que ia ao aniversário de uma amiga. Respondi-lhe, e enviei algumas mensagens a seguir à resposta, mas não tive feedback. Silêncio. Passei uma noite complicada e atribulada por força das saudades. Dormi muito mal, estava ansioso, e só pensava em toda esta situação. Continuei sem resposta da H..
Hoje, ao meio-dia, telefonou-me a dizer que só havia recebido as mensagens naquele instante, quando sei que é mentira, dado que os relatórios indicaram que ela as recebeu ontem. Perguntei como foi o aniversário da amiga e ela disse que adorou. Seguidamente perguntei com quem foi ela, ainda que sabendo que na maior parte das vezes só costumam ir mulheres ao aniversário das mulheres do grupo dela. Ela disse que foi sozinha. Perguntei se tinha a certeza, para ver se pegava. De facto pegou. Eu nem sabia de nada, mas foi só mesmo para ver o que acontecia. Disse que foi com o seu actual companheiro ao aniversário da amiga, e saiu logo a desculpar-se que ela era amiga da parte dele, por isso é que ele foi também. Desliguei, como é natural. Com quem dormiu ela nessa noite? Com ele. Só tive tempo de lhe dizer isto:
- H. vou dar-te alguns minutos para dizeres o que tiveres a dizer, mas apenas para não me acusares no futuro de não te ter dado uma oportunidade para falar. Agora, fica certa que não vou ouvir rigorosamente nada e vamos terminar esta palhaçada por aqui. Não gosto de ser gozado, ok?
- Eu nem estive com ele. Nós só chegámos juntos, mas passei a noite toda longe dele. Até as pessoas perguntavam o que se passava connosco. Tu não fazes ideia do que eu tenho feito durante esta semana para encerrar esta relação e ficar só contigo...
- Pelos vistos não faço mesmo, mas deixa-me dizer-te que a sair com ele, a dormir com ele, e a expor por aí fotos com ele, estás a trabalhar bem para o nosso futuro. Sobretudo porque depois desta conversa não vai haver mais futuro entre nós. Aliás, pelos vistos nunca houve mesmo.
- Tu não faças isso! Ouve-me! Eu não fiz nada. Só saí com ele...
- Não digas nada para não te enterrares mais, ok?
Continuou o bate-boca e eis que me lembro de tocar num assunto que tinha ficado pendente na viagem. Quando chegámos ao fim, chegou a altura dela pagar a conta do hotel dela. Tinha 60 euros em telefone para pagar. Achei estranho (ou não) e decidi investigar o que se passava. Desenvolveu-se a seguinte conversa:
- 60 euros para quem praticamente não pegou no telefone? Isto é um roubo, não? - perguntei eu.
- Realmente, telefonar a partir de um hotel é um problema. - retorquiu
- Então afinal quantos telefonemas fizeste? Para estares a pagar sem sequer contestar...
- Eu só liguei duas vezes para a minha mãe. 4 minutos cada chamada. - disse ela.
- Então estão a roubar-te, porque ninguém paga 7 euros por cada minuto de telefone, mesmo que ligue para a China.
- Ah! Deixa isto estar assim e vamos embora.
- Só ligaste mesmo para a tua mãe?
- Claro! Para quem é que eu havia de ter ligado?! - respondeu a H. convictamente.
Claro que isto me ficou e não me esqueci mais disto. Hoje deu-se a seguinte conversa:
- Já agora, por falar em confiança... quando estiveste em Praga tu ligaste-lhe alguma vez?
- Eu?! Achas?!
- Não acho, ou deixo de achar. A resposta é simples: sim ou não.
- Sim... liguei, mas só uma vez porque não queria que ele tentasse ligar para o hotel ou tentasse incomodar-nos.
- Mas lembras-te que me fizeste passar por parvo com aquela conversa que a conta dava 60 euros porque era ligar de hotel e eu até te perguntei se tinhas ligado para mais alguém e tu respondeste que não...
- Mas se eu te dissesse que tinha ligado para ele, tu matavas-me!
- Eu?! Então eu tenho plena consciência que tu tens uma relação com outra pessoa e ia fazer alguma coisa?! Pensas que eu sou o quê?!
- Desculpa ter mentido...
- Pois, e agora com estas duas mentiras (a do telefonema e a das mensagens só chegarem hoje) e com esta ocultação (a de saírem ontem e terem dormido juntos) queres mesmo que eu acredite que estás a fazer muito por nós e para terminar com isso e que o vosso casamento realmente não existe? Se em coisas tão fúteis e ridículas tu mentes, como é que tu alguma vez ias ser sincera comigo?!
- Mas eu estou! Eu vou acabar tudo com ele hoje! Sei que parece forçado, por estarmos a ter esta discussão, mas já tinha planeado isso! Só queria contar-te quando tudo estivesse resolvido!
- Claro! Claro! Olha, continua lá aí com ele e segue a tua vidinha e deixa-me em paz, ok?
- Mas eu amo-te! Eu quero ser feliz contigo! Temos muitos planos juntos! Tu não podes ser radical assim! Que segurança tenho eu numa pessoa assim tão instável?!
- Epá, estás a querer fazer-me passar por parvo outra vez?! Agora o instável sou eu?! Tu fazes o que fazes, tens a lata de dizer que é por nós e o instável e radical sou eu?!
- Eu tinha que ir ontem com ele... as pessoas contavam...
- Coitadinha dela! Tem que assumir uma relação com ele, tem que dormir com ele, ir aos convívios sociais com ele. Tenho muita pena de ti que muito sacrifício fazes... Claro, todos esses sacrifícios e actos que és forçada a fazer são para salvaguardar o nosso futuro! Eu compreendo...
- Eu juro que é a sério! Quero ficar contigo! Isto tudo vai terminar hoje! Eu não fiz nada de mal, mas vou provar-te que podes confiar em mim!
- Olha, desejo do fundo do coração que vocês sejam muito felizes...
- Não vamos ser felizes porque independentemente do que aconteça entre tu e eu, eu vou deixá-lo...
- Melhor ainda. Que sejas muito feliz com ele ou com outro qualquer então. Comigo não vai ser de certeza. Investi TODA a minha confiança em ti e pedi-te sinceridade e honestidade porque não era capaz de confiar em ninguém. Tu provaste-me que não mereces toda a confiança que foi depositada em ti. Por isso, segue o teu caminho. Não há como voltar, até porque não havia nada. Cansei-me desta palhaçada toda e prefiro seguir sozinho do que mal acompanhado por alguém que me mente e oculta factos e tem uma vida muito dúbia que eu não consigo confirmar. Fica bem. Adeus!
Quanto mais conheço o ser humano, mais gosto dos animaizinhos.
Em conversa com a H.:
- Tu realmente detestas aquelas coisas chamadas "Crocs". - disse ela.
- Nem posso ver isso à frente! Umas autênticas aberrações! Livra! - respondi.
- Eu também nem as posso ver...
- Ainda bem que não! Só de pensar... aquilo não fica bem nem a ti, nem a ninguém. É horrível!
- Muito honestamente, se eu usasse aquilo, ia mudar alguma coisa do que sentes por mim?
- ......(silêncio)....... Pois....... essa pergunta que me fizeste tem um nome: "golpe baixo"!
Sinto saudades da H.. Muitas. E daquelas que doem muito. Nunca pensei que doessem assim tanto. Raios! Continuava a amá-la mas pensei que me tivesse desligado parcialmente dela. Nunca senti estas saudades quer por ela, quer por outra pessoa. Isto dói muito. E agora? Que posso fazer senão esperar? Sinto-me a entrar em paranóia: acordo diversas vezes durante a noite, durante o dia tenho o pensamento focado nela 24h, não me estou a conseguir automotivar como pretendia. Amanhã há nova consulta com a Dr.ª V.. Ela certamente terá a solução para me ajudar. Sempre teve, mesmo sabendo que a solução está dentro de mim. Ela tem a frieza necessária para me ajudar a descobrir o que fazer e como reagir.
Acabei de ver no Biography Channel um documentário sobre a vida de Freddie Mercury. Emocionei-me bastante. Já não via algo sobre o meu ídolo há muito tempo. A vida toda dele dissecada ao pormenor. Impressionante. Habituei-me a ouvir e a ver Queen desde muito pequenino. Os meus pais gostavam, a minha irmã mais velha também. Recordo-me daquele fatídico dia de Novembro de 1991 quando soube do seu falecimento. Senti-o como se tivesse falecido uma espécie de tio ou primo. Poucos anos depois experimentei a mesma dor com a morte do meu avô. Eram tão diferentes, mas tão semelhantes.
Freddie Mercury, tal como António Variações, representou durante muitos anos para mim, e ainda representa, parte do que devemos ser na nossa vida: elásticos. Devemos ser imaginativos, criativos, combativos, procurar tirar o melhor partido da vida, sem descurar o longo prazo. Durante muito tempo Freddie foi esse exemplo que precisei para ultrapassar adversidades e situações mais pesadas. Talvez por isso muita gente, durante alguns anos, me tenha perguntado como é que conseguia manter aquele rosto alegre, feliz, despreocupado, como se não tivesse quaisquer problemas na vida. Sempre respondia que agia como se, de facto, não os tivesse mesmo. Onde havia uma adversidade, via um caminho. Onde havia uma tristeza, via uma alegria. A minha mente trabalhava mesmo neste sentido.
Hoje, alguns anos depois de ter actuado nestes grandes palcos, cansei-me, ainda que inconscientemente, e comecei a cair, a descer à realidade, e a ver que tudo era fantasia. Hoje, o Freddie Mercury é para mim um ídolo de outros tempos e um artista. Deixou de ser o exemplo inspirador e motivador. Passou a ser o vocalista da minha banda de sempre. Hoje sou realista e pouco elástico, criativo. Perdi o que de bom tinha em mim. Passei a ser vulgar e a sentir tristeza e alegria. Passei a sentir o sabor amargo da vida, mas também o seu lado doce. Hoje sou mais um que se cruza, muito provavelmente, com alguma das pessoas que me vão lendo. Até há alguns anos sentia-me especial, mesmo não tendo feedback do exterior nesse sentido. Simplesmente sentia-me assim. Gostava bastante de mim. Estive lá em cima, no estrelato, e caí. Quanto mais alto se está, de mais alto se cai. Hoje sou só um ser humano como qualquer outro, que não consegue ignorar os problemas, desilusões e decepções e emocionar-se com as suas sensações da vida. Acabou o sonho e a fantasia. Hoje só tenho... aquilo que de facto tenho: uma vida como qualquer outro.
As saudades doem. Custa muito! E só de pensar que ainda não se passaram 48 horas desde que estive com a H. pela última vez e que alguns meses nos esperam. Tenho que ser um verdadeiro self starter e provar que mereço esta mulher, lutando até ao fim e apoiando-a em tudo. Vou confiar no que ela me diz e esperar, dentro do prazo razoável. Também ela precisa de alguém seguro que lhe dê confiança. Tenho que encontrar motivação onde não a há. Sinto-me sozinho, sem nada à volta em que me apoiar, a não ser num amor à distância. É tudo o que tenho: um amor à distância, a ver se resolve a sua vida e à espera da altura para assumir a relação comigo. Nunca fui um self starter, mas aos poucos sinto que começo a sê-lo. Tenho mesmo que o ser! Procuro no quase nada algo que me motive.
Vou dar uma oportunidade à confiança, ao amor e à fé. Vamos ver o que nos espera! Certamente um possível insucesso não se deverá ao facto de não ter dado o meu melhor. Vou dá-lo até ao limite das minhas forças. Se não der certo, que ao menos fique a sensação de dever cumprido e de ter tentado. Mas estou confiante que tudo vai correr bem, caso contrário não valeria a pena tentar!
Li bem o comentário da Anjos, dei dois estalos em mim próprio e vi que realmente assumir um dia em concreto foi precipitado. Também erro e também existem pessoas vítimas dos meus erros. Enderecei um pedido de desculpas à H. que foi prontamente aceite. As coisas normalizaram. Ainda mal começou o primeiro dia da nossa vida em conjunto, mas temos que ter força para superar as adversidades juntos!
Ontem fui a uma consulta com a Dr.ª V.. Regressei de viagem e consegui uma consulta fora de horas. Expus-lhe tudo o que já expus aqui. A Dr.ª V. não me deu conselhos, apenas me deu tópicos e lançou perguntas às quais devia responder, para que eu formulasse a minha própria decisão. Depois de uma longa consulta, tirei um tempo de retiro e pensei em tudo. À noite enviei um e-mail à H. onde foquei os seguintes cinco pontos:
"1- A questão do prazo de dois meses que me pediste para resolver a tua situação. Dois meses para mim é demais. Se alguns meses entre a separação e o estarmos juntos é pertinente e correcto, os dois meses para resolver essa relação que, de acordo com o que me dizes, não tem nada de relação, é demasiado. Fico aqui a imaginar a tua chegada a casa com ele por perto a abraçar-te, beijar-te, receber-te e pronto para matar saudades do tempo perdido. E eu? Aqui, longe, sem ti e a saber que de certeza que vais estar com ele.
Que posso eu dizer disto? Sinceramente, será justo esperar dois meses por algo que não existe?! Será egoísmo eu apenas lhe exigir que ela resolva a sua vida e depois a nossa relação tratamos com calma?!
O que são almas gémeas? O que são as saudades? O que é o amor? O que é o destino? O que são "falsas coincidências"? O que são adversidades? O que é a felicidade? O que é o aperto no coração? O que é o frisson no estômago? Qual é o significado das lágrimas que derramamos? Porque é que olhamos alguém nos olhos e confiamos nela? Porque é que fazemos promessas? Porque é que temos que lutar? Porque é que temos que sofrer? Porque é que temos que procurar a felicidade? Porque é que temos que amar? Porque é que temos que engolir sapos? Porque é que alguém nos tira o sono? Porque é que alguém nos faz sonhar? Porque é que temos sentimentos e sensibilidades? Porque é que temos que esperar? Porque é que temos necessidade do toque? Porque é que sofremos com a distância? Porque desesperamos quando queremos muito algo? Porque é que por vezes ficamos irracionais face à nossa impotência? Porque é que somos curiosos? Porque é que queremos sempre mais? Porque é que desejamos alguém? Porque é que quando julgamos que somos insensíveis logo nos aparece alguém que demonstra que afinal temos muito sentimento escondido dentro de nós? Porque é que confiamos? Porque é que confiamos mas mesmo assim desesperamos? Porque é que o tempo custa tanto a passar? Qual o sentido da vida? Porque é que existem pessoas que nos transformam por completo? Porque é que aceitamos sofrer tendo em vista um sucesso futuro? Porque é que por vezes nos dispomos a passar por tudo em troca de um facto cuja certeza de ocorrência é de 0,1%? Porque é que sonhamos? Porque é que encontramos a pessoa que nos está destinada em determinada fase da nossa vida? Porque é que desesperamos por isso? Porque é que têm que haver despedidas? Porque é que tem que haver o "até já"? Porque é que existe a agonia? Porque é que o nosso coração se parte em mil pedaços e nos sentimos desfeitos por sentir a falta de alguém? Porque é que somos impulsivos quando amamos? Porque é que queremos dar tanto a alguém mas nem sempre é possível demonstrá-lo? O que vai na cabeça da outra pessoa? O que vai no coração da outra pessoa? O que é que se passa no seu meio social e familiar? Como confiar às cegas? Como saber esperar? Como conseguir esperar? Como lutar? Porque é que queremos estar sempre do lado de alguém? Porque é que queremos antecipar a ocorrência de resultados que têm mesmo que ocorrer numa determinada ocasião? Porque é que queremos adiar a ocorrência de resultados que têm mesmo que ocorrer numa determinada ocasião? Porque é que não nascemos com todos os nossos problemas resolvidos e vivemos felizes para sempre com o mundo? Porque é que eu estou a fazer todas estas perguntas neste preciso momento? Alguém me responda, sff...
Tenho estado de férias e agendei uma viagem para um país europeu durante cerca de uma semana. Como reatei o contacto com a H., calhou em conversa referir o local para onde ia de férias. Este local sempre foi o seu local de sonho para um dia visitar, sem que algum dia tenha tido oportunidade de o fazer.
Dias depois de lhe ter dito para onde ia, contra quaisquer expectativas que eu pudesse ter, e a escassos dias de viajar, eis que a H. me diz que tinha acabado de agendar as férias dela para o mesmo local que eu e até para o mesmo hotel que eu lhe havia dito que ia ficar. Fiquei estupefacto com o sucedido. Não esperava. Palavra que não. Ela queria estar comigo para ver como é que as coisas resultavam entre nós. Aceitei o que a H. expôs. Reencontrámo-nos e conversámos sobre algumas coisas do passado.
A H. continua a jurar a pés juntos que na altura foi de facto bastante pressionada por todos à sua volta a manter a pessoa com quem estava e que só me comunicou as coisas de forma abrupta porque na altura não soube como lidar com a situação e a única forma que encontrou foi a de me dizer tudo a frio. Entende que eu não tenha sabido lidar com tudo o que ela me disse na altura, dada a tal injecção que me foi dada sem que eu estivesse à espera. Disse que acabou por voltar para a pessoa com quem estava porque a família insistiu muito nisso e porque a pessoa em causa parecia, de facto, demonstrar estar mudada nos seus comportamentos para com ela e como as coisas entre nós tinham acabado, decidiu voltar para essa pessoa, concedendo-lhe uma nova oportunidade.
Acontece que, tal como eu, viu que a paixão e o amor por essa pessoa já haviam terminado e apenas restava a amizade, não conseguindo esquecer-me. A possível crença numa recuperação da relação que poderia haver nesse reatamento com a pessoa em causa, acabou por sair furada e acabou por voltar a sonhar numa possível relação comigo. Estas são as palavras dela, não as minhas constatações. O que é certo é que ninguém vem de muito longe, sozinha, só para estar com alguém, sem sentir no mínimo um carinho especial por ela. Existem algumas dúvidas a pairar sobre a minha cabeça neste momento: depois de tudo o que aconteceu, como aconteceu, por mais que a H. me tenha justificado tudo do princípio ao fim e a sua versão até pareça coerente, não consigo deixar de ficar na dúvida sobre se a H. constata, realmente, que quer estar comigo, ou se quer apenas passar uma temporada na boa vida para depois voltar novamente para ele. Ainda no seguimento do referido, esta viagem ao seu destino de sonho comigo poderá ter tido como único fundamento cumprir o seu sonho com alguém que ela sabe que a tratará bem e que será um verdadeiro porreiro com ela, por quem ainda tem um certo carinho, mas que não passa disso. Estou confuso relativamente às motivações da H.. Não sei o que é que realmente posso esperar dela.
Durante a viagem acabou por haver envolvimento e a H. acabou a viagem pedindo-me um tempo para resolver as coisas que tem pendentes com essa pessoa. Pediu-me dois meses para poder preparar a família para mais um choque, desta vez definitivo, e cerca de três meses para voltar definitivamente para mim, fazendo o respectivo luto social. Se relativamente ao segundo prazo, aceito o que me foi proposto, porque de facto pode cair mal à família dela saltar de uma pessoa para outra no espaço de horas ou dias, relativamente ao primeiro tenho as minhas reticências. Ora, se existem antecedentes que demonstram que aquela relação não dará em nada, e se recentemente houve mesmo uma separação entre os dois, porque é que escassos meses depois precisa de dois meses para preparar a família?! Não basta um? Não bastam dias, ou poucas semanas?
É por isto que tenho muitas reticências relativamente a esta situação. Acedi às condições da H. mas muito descrente relativamente a um regresso. Sinto algo muito precioso e especial pela H., mas não tenho muita fé em tudo o que me foi dito e quase prometido. É por isso que não tenho muitas expectativas. Tenho desejos, mas não expectativas. Gostava que as coisas seguissem um determinado caminho, mas daí a acreditar que é esse caminho que elas vão seguir, vai muito!
Por tudo isto, não deixo de estar desiludido relativamente a uma viagem que foi maravilhosa, mas que acabou por acrescentar muito mais de nada. O zero multiplicou-se por cem. Resultado: um zero com um grande ponto de interrogação. Vou seguir a minha vida de forma normal e tenciono "negociar" as condições com a H.: se realmente quiser estar comigo, tem até dia 10 de Julho para resolver a sua situação com a pessoa com quem está e para se começar a preparar para ficar comigo. Se não aceitar, ou se aceitar mas até dia 10 de Julho não tiver nada resolvido, então aí será descartada de vez, por mais que me custe (de facto custará). Outra hipótese que coloco em cima da mesa é deixar as coisas correrem e evitar contactar com ela, tentando fazer a minha vida de forma natural como se ela não existisse, na esperança ou que ela resolva o que tem a resolver, ou que saia de cena. Indecisões por estes lados...