Domingo, 30 de Novembro de 2008

314

Não sei quanto a vocês, mas eu era fã incondicional da série Seinfeld. Sei os episódios das nove temporadas de trás para a frente. Seinfeld (a série e não o homem) enchia-me as medidas e completava-me! Apesar de ser o Kramer aquele que mais me divertia (e como!), não era com ele que me identificava. Ainda hoje, quando vejo episódios de Seinfeld pela 500.ª vez, identifico-me com parte do Jerry, mas com a esmagadora maioria do George (não imaginam o quanto). Eu percebo aquele tipo! Só não sou gordo, baixo e calvo. Aquele Seinfeld era uma bela terapia, só é pena que tenha ficado a meio, afinal, ainda faltam as respostas para todas aquelas complicações do perfil. Como lidar com uma personalidade daquelas?

publicado por diariodeumfrustrado às 22:28
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313

Sofri um forte revés na longa luta que tenho travado contra as stripers. Bem tento pôr-lhes um freio, mas elas têm argumentos que eu não tenho e não há como resistir, eu compreendo. O pior disto tudo é que quanto mais eu me esforço para as contrariar, mais elas me vencem. Acresce ainda que agora conseguiram apanhar-me porque tocaram num dos pontos mais fracos que podia haver. Eu bem tento, mas não há solução. Tenho que me render às evidências. Desta vez apanharam o C.. Ele foi apanhado na teia das stripers e tem uma amante... striper, soube nestes últimos dias. Acho que devo ser o tipo à face da terra com maior taxa de amigos a relacionarem-se intimamente com stripers sem serem os seus agentes ou patrões, e sem terem que lhes pagar para ter sexo.

Desta vez apanharam aquele que supostamente devia ser mais religioso, ter mais valores, ser mais certinho. Ele está encantado (pudera!) e diz que andou muitos anos enganado. Neste momento o resultado é: Stripers 2-0 Eu. Só restam eu e o outro, o "casado". O C. já me disse "tu vais ver a luz, e vais ser o próximo a ter uma". Já disse que não quero ver "a luz" e que estou muito bem sem ver o mundo e a jogar nos distritais. Não vou fazer investimentos, não vou pagar copos, nem quero jogar na Champions se isso implicar "sacar uma striper". A única experiência que tive aconteceu com uma pessoa que já era minha amiga antes de haver a relação e não o inverso. É diferente, e prefiro ver as coisas desta forma. Deixem-me estar quieto. Com o resultado em 2-0, espero ter força suficiente para segurar o resultado e quem sabe invertê-lo no futuro, em vez de desatar a marcar auto-golos.

publicado por diariodeumfrustrado às 21:47
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Terça-feira, 25 de Novembro de 2008

312

Acredito em fases. Acredito que todos as temos boas e más. Acredito ainda numa fase masculina em específico: a "fase do mel". Não há homem à face da Terra que não tenha passado por aquela fase estranha, porém saborosa, em que somos o centro das atenções e das solicitações do público feminino por onde quer que passemos. Já todos passámos por isso e se houver alguém que me leia e que ainda não tenha passado, das duas, uma: ou nunca deu conta, ou a sua oportunidade ainda está por vir (animem-se!). Parece que estamos com "mel" (daí o nome) e andam ali as abelhas, os ursos, os homens (não apenas no sentido do género), enfim, parece que toda a gente nos quer. Chamem-lhe mel, chamem-lhe aura, chamem-lhe o que quiserem, o que é certo é que todos nós, homens, passamos por isto: dos mais feios e desajeitados aos outros contra os quais não dá para competir pois jogam na liga profissional e são daqueles que já nascem com uma bola nos pés, sabem os truques todos, as fintas, etc.

Esta fase não dura muito tempo e funciona como um torneio de artes marciais: temos que marcar pontos e para o conseguir temos que acertar no adversário se quisermos passar à fase seguinte. Alguns nem pensam duas vezes e lançam-se logo ao ataque (o que por vezes dá para o torto porque a precipitação deita tudo a perder), outros são mais calculistas e estudam a melhor oportunidade para pontuar, e outros há que tanto esperam e tanto hesitam que ou acabam por sofrer golpes do adversário ou perdem logo por ippon, acabando por ser eliminados e a ficar à espera de nova oportunidade para poderem mostrar que têm estofo para a competição.

Aqueles que marcam pontos, têm mais oportunidades para chegar ao primeiro lugar e aumenta, consequentemente, o número de frentes em que são chamados a competir no futuro. Para os que são logo eliminados por inércia ou incapacidade para pontuar têm um fim mais penoso: a "fase do mel" vai passar e dificilmente regressa. No entanto, alguns fazem por merecer uma segunda oportunidade para mostrarem que merecem competir ao mais alto nível e acabam por tê-la. Aqui fica um conselho para quem se integra neste último grupo: se deixarem passar a segunda oportunidade, esqueçam uma terceira e fiquem sozinhos para sempre. O objectivo neste "campeonato" não é coleccionar o maior número de mulheres possível, antes saber reconhecer a oportunidade para cumprir os fins propostos. Para alguns é, de facto, relacionar-se sexualmente com o maior número de mulheres possível, para outros é manter uma relação ocasional e para outros o objectivo é encontrar "a Princesa". Cumpram os vossos objectivos, mas não fiquem eternamente à espera da oportunidade certa. Pelo menos tentem desferir golpes quando julgarem adequado. Ainda que não consigam pontuar atingindo deste modo os propósitos a que se destinaram, pelo menos lutaram e esforçaram-se e isso também conta, mais não seja para vos manter na alta roda e quem sabe mais tarde consigam aquilo que tanto pretendem. Não deixem é passar a "fase do mel" como se fosse algum tipo de maldição!

publicado por diariodeumfrustrado às 20:40
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311

O amor está para o Ser Humano como os amendoins estão para o fígado: são óptimos, deliciosos e quando os consumimos de forma saudável e equilibrada, fazem bem, mas quando os tomamos em excesso, podem matar. Too much peanuts will kill you!

 

Nota: Sim, estou a comer amendoins neste momento e ainda estou a tentar descobrir quando devo parar. But... I just can't get enough.

publicado por diariodeumfrustrado às 20:20
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310

Tenhamos calma! Nem sempre a "tal Princesa" é a primeira que aparece. A P. tem muito valor e fez-me ter fé no Ser Humano mas não quer dizer que seja aquela que eu realmente preciso para ter ao meu lado, ou que eu seja a pessoa que ela precisa. Acima de tudo quero manter uma pessoa assim no meu leque de amizades. Se algo surgir um dia mais tarde é outra conversa. Se não surgir, não há dramas: ao menos tenho perto de mim, ainda que como amiga, uma mulher com um interior belíssimo. A vida não é só feita de amores/desamores. Também existe a amizade e muita falta ela nos faz. Por vezes é graças à falta de uma verdadeira amizade que nos deixamos ir abaixo e desesperamos. Tenhamos calma! Já fui além dos objectivos traçados ao conhecer uma pessoa com tamanho valor. Não procuro "a Princesa". Quanto mais a procurar, menos a tenho. Quando ela aparecer darei conta. Pode ser a P., pode ser outra pessoa que já exista na minha vida, pode ser alguém que ainda esteja por vir. Por enquanto, com a P., apenas me preocuparei em garantir a sua amizade.

publicado por diariodeumfrustrado às 19:56
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Segunda-feira, 24 de Novembro de 2008

309

Há exactamente 17 anos faleceu Farrokh Bommi Bulsara, Freddie Mercury para todos os amantes da música. Paz à sua alma! Foi um dos meus primeiros grandes ídolos e muito tenho sentido a sua falta desde que nos deixou. Foi mesmo a minha primeira grande inspiração. Não sei se há vida após a morte, não sei se a morte é o fim de todas as coisas, não sei se a morte antecede um qualquer estádio intermédio, não sei se a vida é a morte em si, não sei se a morte é o início da verdadeira vida. Mas juro que adorava saber o que é feito das 21 gramas de vida deste ser que muitos corações preencheu, muitos olhos emocionou, muitas alegrias deu e mesmo sempre rodeado de pessoas que o idolatravam, sempre se sentiu sozinho no mundo e deixou-nos sem conhecer o verdadeiro amor. Não sei do teu paradeiro Freddie, mas hoje, antes de dormir, em vez de acender uma vela por ti, vou ouvir uma música escrita pelo teu companheiro John Deacon e cantada por ti onde ele pretende relatar na primeira pessoa o sentimento tão grande que o preenche pelo facto de ter encontrado a sua melhor amiga para a vida inteira: a sua mulher. Vou ouvir "You're My Best Friend" em homenagem aos amores perfeitos, às almas gémeas e a todos aqueles sentimentos com que muitos de nós desejamos e, tal como tu, podemos mesmo nunca chegar a conhecer, porque quando temos sorte, a nossa melhor amiga é mesmo a nossa companheira... Até sempre!

publicado por diariodeumfrustrado às 22:57
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308 ou 305.2 (fica ao gosto de cada um)

Re-superei-me! Decidi voltar à carga. Estava de facto interessado em conhecer a P. e não podia morrer com o "e se...". Nunca na minha vida conheci alguém através deste método. Nunca tive coragem de o fazer, nem sequer perfil.

Os meus óculos voltaram a estragar-se. Raio dos óculos que se estragam tantas vezes em tão poucos dias. Numa dessas vezes ela estava com um cliente, mas sorriu e acenou-me. Mais tarde cruzei-me com ela fora da loja, ela sorriu novamente e cumprimentou-me. Posso estar a alucinar, mas decidi ver isto como um sinal divino. Tinha que arriscar. Na última vez em que arranjei os óculos, vi que seguidamente ela saiu da loja. Era agora ou nunca. Cruzei-me com ela, pedi-lhe que parasse, corei de vergonha porque nunca havia feito tal coisa e a conversa que se desenvolveu foi qualquer coisa como isto:

- hhlgsfowept - grunhi eu de tão nervoso que estava.

- Desculpe? Tem que falar mais alto... - Respondeu ela.

- Desculpe mandá-la parar mas queria saber se desta vez a podia convidar para tomar um café.

- Bem, isto é complicado porque você é cliente da loja... mas ok, pode ser!

- Pode?! - respondi eu estupefacto.

- Pode!

Delirei. A conversa desenvolveu-se um pouco mais, mas foi muito curta. Fiquei com o número dela e dei sinais de vida cerca de duas horas mais tarde. Conversámos, trocámos impressões e saímos juntos. Estivemos algumas horas juntos e gostei do tempo que passei com ela. Creio ter sido mútuo.

Gostei mesmo muito da pessoa que conheci. É uma pessoa com alguns problemas na sua vida, mas nenhum relacionado com filhos, amantes, ex-maridos, ex-namorados, assassinos, ladrões, violadores, etc. Os seus problemas são outros. Não quis colocar expectativas no facto de a ter conhecido mas hoje, dias depois de o ter feito, posso dizer mais a frio que conheci uma pessoa com um interior fabuloso, puro, bom, doce. Temos muitas situações de vida semelhantes e até a mesma idade. Destaco ainda o facto de tanto tormento que ela já teve que enfrentar hoje fazer dela uma pessoa distraída com tudo. Ninguém comanda isto. As coisas passam a ser assim porque sim, porque a pessoa sofre tanto e enfrenta tanta dor que aquilo que para o comum mortal é um grande problema, para ela torna-se algo relativo. Eu tive oportunidade de ver isso. Dá para ver que se encontra desligada do mundo e desmotivada com a vida apesar de se fazer de forte. É muito sensível, mas um exemplo de luta e resistência. Fiquei fascinado com a pessoa que conheci. Conheci uma mulher que ama música e vê, entende e interpreta a música tal como eu. Fantástico! Conheci uma mulher que me deu esperança no Ser Humano. Conheci uma mulher com bom fundo, honesta, transparente, fiel e sincera. Consegui ver isso em muito pouco tempo, sim. Fiquei extasiado com o que vi. Por isso ficámos tantas horas juntos naquela noite a conversar. Estava a dar-me bastante gozo conhecer uma mulher assim.

Nem tudo são rosas. Reparei desde o início que ela nunca me fez uma pergunta que fosse sobre a minha pessoa, como se não lhe importasse saber sobre mim. Reparei ainda que sempre que eu tentava falar de mim ela concentrava-se noutras coisas como uma televisão, ou outra coisa qualquer. Ela simplesmente desligava, como se não quisesse saber. Reparei, por fim, que se não for eu a mandar-lhe uma mensagem, a dar um sinal de vida, ela não o faz. Ora, juntando isto tudo posso dizer que se não for eu a agitar as águas, o mar permanece morto e o barco não anda. Ela não reage a rigorosamente nada, nem tem interesse pelo que está relacionado comigo. Isso incomoda-me. Já lhe dei bastantes sinais de vida, já puxei por ela, e... nada. Reage, mas depois pára. Acho que não há interesse da parte dela como há do meu e vou deixá-la em paz. Se algum dia quiser dizer alguma coisa, que diga. Não vou ser sempre eu a insistir.

Apesar deste último parágrafo, tenho a dizer a todos os que não acreditam no Ser Humano, na bondade, nas pessoas "de jeito", etc, que devem manter a esperança. Ela não errou comigo ao não dar sinais de interesse. Ela não é obrigada a sentir-se interessada por mim. Ela não criou expectativas, não mentiu, não enganou, não iludiu e não é obrigada a dar sinais de vida se não quiser dar. Ora, quando as duas pessoas dão o que sentem que devem dar, ninguém erra, sobretudo quando não há infantilidade ou capricho pelo meio. Acontece. São acidentes de percurso. O Super Mário não encontrou a Princesa à primeira. Teve que passar muitos níveis. Eu não ando à procura de Princesa, mas se ela surgir, luto por ela. Neste caso acontece: ela não sentiu interesse. Ok, a vida continua. Não fico com tristeza ou com mágoa dela. Pelo contrário: cumpri os objectivos mínimos a que me propus: superei-me e consegui conhecer alguém através de um método que nunca utilizei e desmistifiquei mitos dado que é possível conhecer gente que vale a pena através destes meios mais "descarados". Isso dá-me esperança para o futuro. Sei que sou falhado, sei que sou frustrado e que não tenho ponta por onde se lhe pegue, mas tenho futuro. Onde e como quer que seja, ainda não sei, mas um dia saberei. Espero que isto sirva de lição para todos aqueles que se julgam incapazes de mudar a sua vida por qualquer característica ou passado que tenham. Acreditem que mais limitado e bloqueado do que eu (ainda) sou, não há. Superem-se! Experimentem! Vão ver a sensação de gozo que têm ao ver que se conseguem superar e deixar para trás anos de mitos e preconceitos. Aos demais, volto a dizer: descobri que há vida em Marte. Sim, descobri que existem por aí seres humanos sensíveis, frágeis, mas sinceros, honestos, bondosos, cheios de amor para dar e puros! Acreditem, há! Eu conheci um desses raros seres num destes últimos dias. Pena o interesse não ter sido mútuo, mas não faz mal. A vida continua e continua com esperança! Já sou menos frustrado só por saber que há gente disposta a tomar cafés comigo e só por saber que existem Seres Humanos com bom fundo.

 

P.S.: Quando vinhamos a caminho de casa passou na rádio, alta madrugada, o André Sardet e a tal música em que ele diz que gosta da outra como daqui até à lua.  A dupla André & Sardet bem se esforçou, mas nenhum dos dois conseguiu estragar a boa imagem que trouxe dela naquela noite.

publicado por diariodeumfrustrado às 22:05
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Sábado, 22 de Novembro de 2008

307

Há alturas em que nos sentimos muito pequeninos, miseravelmente pequeninos, inferiores a tudo e a todos, incapazes, limitados, bloqueados, pouco desenvolvidos. Há alturas em que julgamos que só os outros é que conseguem tudo e nós não conseguimos nada. Há alturas em que achamos que só os outros são felizes e nós não. Há alturas em que pensamos que só a nós o azar bate à porta, e os outros são bafejados pela sorte. Há alturas em que tudo o que há de negativo parece só nos acontecer a nós e tudo o que é bom acontece aos outros. Na verdade, o que por vezes nós vemos acontecer de bom aos outros também nos acontece a nós, o problema é que não damos conta disso. Também acontece que os outros se julguem os maiores afortunados, os mais felizes, aqueles a quem tudo acontece de bom, quando aquilo que recebem são verdadeiros "presentes envenenados". Dou exemplos: quem não fica com inveja de alguém que ganha o Euromilhões? Eu sou um dos que se rói e não é pouco, aviso já. Alguém consegue acreditar mesmo que o Euromilhões é um desafogo para a vida de alguém, que alguém vai conseguir ser feliz a partir desse momento? Alguém consegue acreditar que o dinheiro traz felicidade? Não traz, mas ajuda se quem o tem tiver muito sangue frio. Alguém tem ideia do número de pessoas a quem a vida não era tão positiva quanto isso mas que após lhe ter saído um "prémio grande" a sua vida inicialmente foi das melhores que se podia ter mas após algum tempo o jogo inverteu-se radicalmente e o vencedor chegou a pensar "quem me dera poder ter a minha antiga vida de volta"?

Um outro exemplo é no respeitante ao amor. Alguém faz ideia do baixo número de relações e casamentos bem sucedidos que por aí andam? Quantos não são os casos em que a família está bem estruturada, bem organizada, as pessoas sorriem quando as vemos na rua, parecem viver minimamente bem, mas na sua intimidade são discussões, desentendimentos, contam os tostões, têm amantes, a sua vida sexual e amorosa é um desastre, etc?

Podia dar muitos outros casos de situações que por vezes julgamos que é "algo bom" que só os outros têm e nós não, mas já pensaram no valente alívio que pode ser não termos que dar um passo em frente para mais tarde darmos cinco atrás? Há por aí muitos exemplos de "felicidade" que não passam de felicidade mascarada.

Assim como eu uso uma máscara no dia-a-dia para esconder a minha tristeza, o meu vazio e não expor as minhas vulnerabilidades, quantos e quantos não o fazem também. Há vezes em que nos julgamos pequenos, frágeis, sensíveis, limitados e bloqueados. Mas acreditem, todos os comuns mortais com que nos deparamos por aí, são tão limitados, pequenos, frágeis, sensíveis e bloqueados quanto nós somos. Experimentem descobrir pelos vossos próprios olhos. Escolham alguém em quem vêem confiança, sucesso, felicidade. Abordem uma dessas pessoas e "apertem" um pouco até que ela desabafe sobre a sua vida. Vão ver que muitas são um verdadeiro castelo de cartas à espera do primeiro abanão para as por à mesma altura que as restantes que estão cá em baixo e não compõem o castelo.

publicado por diariodeumfrustrado às 10:22
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Terça-feira, 18 de Novembro de 2008

306

Sou um perito em coleccionar inimigos. Aliás, já fui. Tinha o "dom" de provocar, não pela maldade, mas pelo desafio que isso significava. Gostava de ver até onde ia a outra pessoa. Gostava de ver até onde esticava a corda. Gostava de ver se alguém me fazia a mim desesperar. Não me refiro a provocação sexual, mas provocação gramatical, mental. Com pequenas situações da vida, adorava desenvolver uma sátira à base desse acontecimento. Fazer isso desde cedo dava-me bastante gozo e também uma enorme ginástica mental. Talvez por isso tenha seguido Direito. Era óptimo pensar nos problemas e encontrar lacunas na lei. Como me sentia feliz de cada vez que fazia um comentário que fazia a sala ou o anfiteatro ficarem em silêncio por ser inconveniente e contra natura. Adorava detectar o defeito e trucidá-lo. Não basta ganhar, há que humilhar. Era assim. Por incrível que pareça não era por maldade. Gostava de ver as expressões de desespero em algumas pessoas. Ok, começo a ver que afinal era mesmo maquiavelismo, mas sem querer atingir nada de especial, a não ser os limites.

Ganhei alguns (muitos) inimigos desta maneira. Ainda hoje muita gente não me grama porque era provocador, polémico, inconveniente, impertinente. Fazia-me sentir que navegava contra a corrente e sempre pensei que era possível deixar a corrente a navegar contra mim e ser eu a ganhar-lhe. Não existiam desafios impossíveis. Existiam níveis de dificuldade.

Na vida temos sempre "números" críticos. Na minha geração eram os 6 anos, idade com que entrávamos no ensino primário (lembram-se que tinhamos que completar os 6 anos de idade até 30 de Setembro?); depois eram os 13, idade em que entrávamos na adolescência (que anos terríveis!!!); os 13 anos culminavam, por regra, com a entrada no 8.º ano (outro número crítico) de escolaridade, ano crítico em que muita gente reprovava sempre de ano (conheço tantos casos e conheço tanta gente que conhece outros tantos); depois é a chegada aos 16, em que muitos querem começar a ser independentes (eu comecei um ano antes, mas isso são detalhes); seguem-se os 18 em que queremos olhar os nossos pais nos olhos e dizer-lhes "vês? Agora tenho 18 anos e eu é que sei o que faço com a minha vida!", ainda que não saibamos rigorosamente nada quer sobre os 18 anos, quer sobre a vida, quer ainda sobre as intenções dos nossos pais. Depois temos a verdadeira entrada na idade adulta que por norma costuma acontecer dos 25 para os 26 ou dos 26 para os 27. Eu integro-me neste último caso. Notei uma diferença bastante grande quando completei 27 anos. Tenho a sensação que andava aqui com um batalhão de fuzileiros prontos a disparar-me balas de maturidade e quando completei 27 foi a hora! Dispararam todos e, quer acreditem, quer não, notei uma diferença repentina. Claro que alguns atrasos mentais continuam a fazer parte de mim, bem como o meu lado criança (e ainda bem! Espero nunca perder este meu lado). Mas senti uma diferença na entrada para os 27 anos. Ganhei outra consciência das coisas e outra maturidade que os famosos 18 não dão. Foi na fase de transição, entre os 26 e os 27, que me deixei destes desafios. Foi a partir daí que me acalmei. Tornei-me uma pessoa diferente neste aspecto. Gosto de desafiar, mas já me canso mais depressa e tomo consciência de quando estou a ferir a outra pessoa, ainda que não tenha nenhuma intenção maldosa para com ela. Hoje estou relativamente calmo. Não sou polémico, sou muito mais ponderado. E o curioso é que também oiço isto dos meus comparsas a quem eu sempre deixava a cabeça em água de cada vez que me metia em conflitos.

 

Nota: Um dia espero estar aqui para falar da entrada nos 40, nos 60 e quem sabe noutras idades em que a vida trata de fazer com que sejam particularmente diferentes das restantes-

publicado por diariodeumfrustrado às 20:39
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Segunda-feira, 17 de Novembro de 2008

305

Superei-me. Não sei bem como, mas superei. De facto os óculos precisavam de um pequeno ajuste e coincidentemente fui à loja numa hora em que a tal funcionária que eu falei estava a trabalhar, e curiosamente até estava sozinha. Há com cada coincidência... Depois do ajuste que demorou dois segundos, abordei-a se queria tomar um café comigo. A resposta é o que já esperava e nem sei porque raio fui tentar: depois de corar com o convite, deu-me um não. Pedi desculpa pela ousadia e vim-me embora.

Vêem? Eu já sabia e mesmo assim fui fazer figuras tristes...

publicado por diariodeumfrustrado às 19:04
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