Sell the kids for food
Weather changes moods
Spring is here again
Reproductive glands
He's the one who likes all our pretty songs
And he likes to sing along
And he likes to shoot his gun
But he knows not what it means
Knows not what it means
And I say
He's the one who likes all our pretty songs
And he likes to sing along
And he likes to shoot his gun
But he don't know what it means
Don't know what it means
And I say yeah
We can have some more
Nature is a whore
Bruises on the fruit
Tender age in bloom
Sei que algumas pessoas gostam de ler o meu diário. Algumas visitas são regulares, alguns comentadores idém (o que agradeço), outros remetem-se ao silêncio e outros há que são visitas bastante esporádicas ou ocasionais. Mas há uma pergunta que me intriga: será que todos os que me lêem compreendem o que eu quero dizer com cada palavra que escrevo?
He's the one who likes all our pretty songs
And he likes to sing along
And he likes to shoot his gun
But he knows not what it means
Knows not what it means
And I say
He's the one who likes all our pretty songs
And he likes to sing along
And he likes to shoot his gun
But he knows not what it means
Knows not what it means
And I say yeah
Debate entre colegas sobre o casamento entre homossexuais:
- Eu sou contra porque X...
- Eu sou a favor porque Y...
(já perceberam a ideia)
- Eu sou contra o casamento entre homossexuais... porque sim. - Respondo eu.
- "Porque sim"? Parece-me uma justificação aceitável para uma pessoa de quem se julga ter alguma inteligência... - contesta o meu colega.
- Bom, eu até poderia dizer que sou contra o casamento entre homossexuais porque o casamento é um instituto criado pela religião como forma de garantir estabilidade na relação entre as pessoas e também como forma de atribuir algumas responsabilidades e o nosso país, quer se queira, quer não, fundamenta-se em séculos de valores, cultura e tradições religiosas. Podes até dizer-me que o casamento civil é diferente do religioso, porque o Estado é laico, etc. Mas é frequente assistirmos à adaptação de institutos criados e definidos por terceiros à realidade civil e nesse contexto temos que nos basear nos princípios que os caracterizam e a celebração de um contrato civil como o casamento não inclui duas pessoas do mesmo sexo. Agora, se quiseres criar um terceiro instituto semelhante ao casamento, mas só para homossexuais, como ocorre na Suécia, então aí aceito. Eu até poderia dizer estas coisas todas, mas hoje apetece-me ser contra o casamento entre homossexuais apenas porque sim. - respondi.
- ...
- I rest my case... - conclui.
O Kennel Club, clube de canicultura do Reino Unido, apresentou dez razões para preferirmos um cão a um parceiro. Aqui vão elas:
1- Os cães pensam sempre que os seus donos são os melhores cozinheiros do mundo.
2- Os cães são tão obcecados pelo seu dono como o seu dono é por eles.
3- Os cães são muito directos quando querem ir sair.
4- Quanto mais tarde chega a casa mais os seus cães ficam excitados por vê-lo.
5- Os pais de um cão nunca aparecem para nos visitar.
6- Os cães não têm qualquer problema em expressar o seu afecto em público.
7- Os cães não brincam consigo, a não ser ao "busca" e nunca se importam com a forma como atira os objectos.
8- Um cão não rouba a roupa da cama nas noites mais frias.
9- Um cão não fica chateado se se esquecer do seu aniversário.
10- Os cães sentam e ficam quando lhes pedimos.
Destes dez motivos, destaco o 2, o 6 e a primeira metade do 7. Confesso que estes me fazem preferir um cão a uma parceira, considerando que a maior parte delas não leva a sério um sentimento puro como o amor, ou então vê-o de uma forma individualista. Ainda assim, tenho fé no Ser Humano e acredito que algures por aí exista alguém que preencha os requisitos desses pontos. O grande problema é que, na maior parte das vezes, sempre que nós, enquanto pessoas, preenchemos a maior parte das dez razões supra referidas, exceptuando a 10 por me parecer pouco saudável, acabamos por ser tratados como cães pela outra pessoa e acabamos abandonados. Porém... há que acreditar! Existe gente diferente!
P.S.: Permitam-me acrescentar o 11.º motivo que acho que resume os outros todos. Acima de tudo, os cães aceitam-nos tal como somos, com os nossos defeitos e com as nossas virtudes.
Conversa de hoje com um amigo:
- Ainda andas mal? - perguntei eu (sim, eu, e, sim, ele também anda mal).
- Estou, pá... sinto saudades dela e ando a sofrer com isso.
- Mas não foste tu que acabaste com ela?
- Fui...
- Ela não andou atrás de ti imenso tempo?
- Andou...
- Então o que é que lamentas? Estavas com ela, deixaste de gostar dela, mandaste-a embora, mesmo assim ela foi atrás de ti e tu não quiseste... Sofres porquê?
- Porque estava a gostar que ela andasse de roda de mim... Agora sofro porque ela já não me liga e deve ter outro gajo...
- Mas estavas à espera de quê? Que ela andasse atrás de ti a vida toda e não refizesse a sua vida?
- Então...
- ...
Eu sou um ser de paz!
Alguém consegue sentir a dor que é termos a noção de não servir para ninguém?
A minha vida era digna de um livro de Albert Camus. Diz-se que quando Camus morreu tinha começado a escrever uma trilogia, sendo "O Primeiro Homem" a prova disso. Tão divina era a sua escrita que, além de ser laureado com o Nobel da Literatura, ainda viu ser-lhe conferida a faculdade de fazer recair sobre nós, Humanos, aquilo que ele deixou por escrever. Eu fui um dos contemplados. Só pode...
Ao mesmo tempo que olhava pela janela e tentava esconder-me do sol, decidi que tinha que sair de casa e fazer alguma coisa. Estava a morrer aqui em casa. Cheguei ao carro e olhei-me ao espelho. Fiquei ali a olhar para mim e a pensar nem eu sei bem em quê. Não tenho noção do tempo que ali estive, sei que estive parado a olhar para mim durante algum tempo.
Volto a mim. Não sabia ainda para onde ia, mas tinha que ir... Depois de algum tempo a circular no vazio, decido meter-me na Ponte 25 de Abril. Já em cima do tabuleiro, abrando a marcha do carro. Abrando um pouco mais. Olho para o Rio Tejo e penso: "e se eu acabasse com isto tudo da forma mais digna, em vez de me andar aqui a arrastar e a ser um tropeço para quem se cruza comigo?". Só me interroguei. Mais à frente, já fora da Ponte, acabaria por parar o carro e pensar... continuar a pensar... Parar na Ponte para pensar é que não, não fosse não fazer nada e depois além de continuar mergulhado neste imenso vazio ainda iria apanhar uma valente multa por estar parado em cima da Ponte.
Pensei. Sempre que estou no meio da multidão, sinto-me só, muito só. Simultaneamente, sempre que estou só, sinto-me com más companhias, daquelas que me vão levar para maus caminhos. Essas companhias sou eu. Afinal, o que ando eu aqui a fazer? Algumas pessoas simpatizam comigo, outras até gostam de mim, mas por mais que eu faça ou dê o meu melhor, existe sempre um clima de desconfiança inerente a tudo o que eu faço. Dou o exemplo da D.. Por mais que fizesse e desse o meu melhor, tudo aquilo era visto como engodo, como se estivesse a querer dar-lhe a volta para a ter caída por mim. Por mais que mostrasse quem eu era, no mau era "muito estranho", no bom era porque havia "qualquer coisa que não bate certo". Isto fazia-me confusão. Por exemplo, no tocante aos homossexuais. Sempre lhe disse que não era homofóbico, mas era contra o casamento entre homossexuais. Ela rebatia sempre a dizer que eu era homofóbico e não poderia conhecer os/as amigos/as dela (pelo meio chamava-me "quadrado" e "estúpido"). O mesmo sucedia com outros temas. Isto é muito injusto e desgastante... Por mais que estejamos a mostrar quem somos, a outra pessoa insiste em desconfiar do que estamos a mostrar. Como o exemplo da D. tenho outros com pessoas próximas a mim.
Afinal, se sou uma fraude aos olhos das pessoas e das que me vêem como deve ser não suscito interesse, que ando eu aqui a fazer? Um mero acessório para aquelas que simpatizam/gostam de mim e um "exemplo a não seguir" para quem não nutre um sentimento positivo por mim? Que função é esta que alguém pode ter? Que atentado à dignidade da pessoa humana é este que faz alguém com quase 30 anos, com muito para dar, com vontade de dar e de receber, com trabalho, com vida semi-orientada, honesto e sincero, se sinta assim?! Isto não é vida para ninguém...
Voltei para casa, fechei-me no quarto, fechei o estore e escrevi estes dois textos (posts 361 e 362). Agora vou para a cama. Vou ver se adormeço. Com sorte, vou acordar numa outra vida completamente diferente, onde existe pelo menos uma pessoa que me compreende e que consegue corresponder ao que sinto. Claro que isto é tudo um sonho... um mau/bom sonho. Como tudo nesta vida acaba, garanto que este meu tormento um dia acaba, a bem ou a... menos bem.
Dia solarengo, este. Depois de uma noite mal dormida (mais uma), tendo acordado diversas vezes (tem sido habitual nos últimos tempos), vou até à praia fazer exercício (ao menos este hábito saudável tenho). Apanhar sol é bom, fazer exercício também. Morar (temporariamente) perto da praia, ainda melhor. Mal chego à praia, a imagem do costume: famílias, casais, grupos de amigos, etc. Acentuou-se a minha deprimência. Vou para uma zona da praia ligeiramente mais isolada para fazer o meu exercício. Fiquei por lá pouco mais de meia-hora. O suficiente para ver aquele local encher-se de mais casais. Fugi.
Chegado a casa e já com banho tomado dou por mim a pensar em merda. É o costume. Olho pela janela e vejo o movimento na rua. Não é muito, mas é o suficiente para me perturbar. Vejo gente de todos os tipos: das mais básicas e tradicionais que pensam pouco nas coisas, mas vivem mais do que eu e muitos como eu todos juntos, às aparentemente mais cultas e racionais. Todas aparentam um mínimo de felicidade.
Esta minha relação com a janela e com o sol é só o culminar daquilo que é a minha vida interior: ao olhar pela janela vejo a felicidade lá fora. Tento aproximar-me desse estado a que chamam felicidade, indo para o exterior e tentando experimentar as emoções desse mundo. Lido mal com isso, sou corrido, sou atraiçoado, não sei dosear aquilo que experimento. Com o sol é igual. Todos os anos o primeiro banho de praia a sério é sinónimo de escaldão. Nos dois/três dias seguintes essa vermelhidão dá lugar ao bronze, mas o primeiro é tão certo quanto eu estar aqui a escrever estas palavras. Gosto tanto de sol, que quero consumi-lo o mais que puder. Gosto tanto de sol que quando me sinto triste e vazio prefiro nem saber que ele brilha lá fora. Isto traduzido daria qualquer coisa como "I killed the cupid in self defence".
Com o amor é precisamente a mesma coisa. Sei que é bom, sei que faz bem e que tenho muito para dar. Mas torna-se difícil dosear esse sentimento e acabo por consumir quem está comigo. Apesar de tudo se tratar de um grande defeito meu, o que é certo é que não vejo também ninguém esforçar-se para me ensinar a dosear esse sentimento. Antes oiço coisas como "psicopata", "doente", "estranho", "freak" e "aberração". Confesso que este último tarda em sair-me da cabeça.
Como disse, o grande defeito é meu. Mas ainda tenho motivos para me regozijar. Aos poucos vou limando arestas e detectando e corrigindo defeitos em mim. Vou corrigindo estes grandes que afastam toda a gente de perto de mim. Tenho uma forma de sentir especial e diferente, mas não privo ninguém da sua liberdade. Só peço compreensão e paciência, algo que muito pouca gente tem hoje em dia. Aos poucos vou lá... por mim, sozinho, como sempre, a aprender um pouco mais sobre a vida, mas vou lá.
Não sei explicar o porquê, mas os últimos dois dias têm sido de tomada de consciência. Num instante envio uma mensagem à I. a dizer que estou a recuperar e logo de imediato tudo se torna claro e começo a ter noção de uma série de coisas. Vamos com calma, não estou a escrever em sentido figurado, simplesmente não sei explicar o porquê deste instantâneo.
Não sou uma pessoa fácil, fruto por vezes da ansiedade que me domina e da minha experiência de vida. Gosto de confiar, porque eu próprio sou de confiar. Sempre que me sinto ameaçado torno-me no verdadeiro emplastro que consigo ser, tornando-me precipitado, pressionante, etc. Não sou uma pessoa difícil, pois o que faço não é com maldade e com um pouco de calma dá para me saber levar e dar confiança. Neste campo tenho que atribuir a culpa a quem convive comigo: não há paciência para me "aturar", pois ou eu me adapto à força, mesmo com as condições adversas, ou então sou o mau da fita.
Sou uma pessoa transparente, sincera e clara. Comigo as coisas ou são ou não são. Não sei ser meio termo. Por norma sei o que quero e o que não quero. O "talvez", "não sei", "mas", "se", "logo se vê", comigo não existe. Felizmente sou assim, porque sou determinado. Infelizmente sou assim, porque por vezes dou ares de radical e extremista. A fronteira é muito ténue e sei que por vezes a roço, mas só me torno radical quando recebo um determinado número de sinais que me fazerm sentir um certo "déjà vu" relacionado com desgostos e desilusões.
Haverá quem compreenda que sou bom carácter e tudo o que quero é amar e ser amado, sem que isso pressuponha fanatismo, obsessão e radicalismo? Existirá alguém com um bocadinho de paciência para compreender tudo isto, sem ver nisso uma ameaça ao seu bem estar? Ainda assim, e porque antes tarde que nunca, nada como aprender com os meus próprios erros cometidos e aguardar por uma oportunidade de mostrar a mim próprio que realmente aprendi com eles e que é possível melhorar.