Hoje preguicei. Fiquei na cama até tarde e não fui à natação, como tinha costumo religiosamente cumprir todos os domingos. Deixei um professor pendurado, mas para a semana desculpo-me.
Estava nostálgico e, a fases, melancólico. Penso no que tenho, no que já tive e no que quero. Tenho dificuldades em valorizar o que tenho, por vezes tendo a esquecer-me do que já tive e não sei bem se tudo o que quero é aquilo que preciso, ainda que provavelmente precise de o ter para saber se afinal me faz falta. Não sou muito de me resignar àquela cliché que diz qualquer coisa como "não tive nada do que pedi, mas tive tudo aquilo que precisei". Se há tanta gente que tem o que quer, porquê fingir que o que se precisa é melhor, se o gostinho nem sempre é o mesmo?
Só saí de casa às 17h. Fi-lo para não passar um domingo solarengo em casa. Liguei a rádio. Na Radar, como sempre. Esta estação acompanha-me sempre que estou no carro. Partilhamos o mesmo gosto musical e a sua grelha programativa convence-me. Umas vezes dá-me novidades musicais, noutras faz-me recordar músicas passadas que gostava de ouvir e vai ainda mais longe, dando-se ao luxo de passar aquela música que despoleta alguma emoção particular, por vezes relacionada com um momento que estou a passar.
Foi este último o caso de hoje. Durante a tarde, ao fazer fazer uma vistoria pelos canais de televisão - não é dramático ter mais de 100 e por vezes não dar uma coisa que nos agrade? - parei na MTV e estava a dar o famoso Waka Waka da Shakira. Até acho piada à música, mas, no vídeo desta música, a sacana da Shakira decidiu estar muito parecida com uma ex, à qual já dediquei alguns posts aqui e que não me apetece procurar neste momento. Era um género de Shakira mais morena com laivos de Scarlett Johanson. Sim, eu sei que as duas são "ligeiramente" diferentes, mas se a vissem iam perceber.
Estando eu numa fase melancólico-nostálgica, esta música deprimiu-me. Não, não pensei "como era bom se tudo voltasse atrás", ou "gostava que fosse diferente". Apenas tudo o que me rodeia mexe comigo e estes sinais só me fazem lembrar que tenho falhado na vida amorosa, e, por fim, na vida em geral.
Ouvindo a Radar no pouco tempo que passei no carro, cruzei-me com Dancing Days, dos Led Zeppelin. Hoje o dia estava fantástico. Adoro calor, mas não troco nada por estes dias, quais últimos suspiros de um verão que parece travar uma batalha árdua com o outono, mesmo sabendo que esta está perdida e que para o ano volta a perdê-la. Está algum vento, o sol desponta, mas... já não há calor e os dias são cada vez mais curtos.
Hoje estava um dia bom para passar no relvado de Alcântara, junto à ponte, a aproveitar o sol e a ouvir esta música em loop, ou até mesmo ouvir outra coisa qualquer. Hoje lembrei-me daquele dia de final de verão em que percorri, a pé, uma Av. da República completamente vazia. Eu sei, é algo tão simples, mas mexeu tanto comigo aquela sensação de isolamento num lugar tão vasto, que nunca mais me esqueci dele.
Esta música que ouvi hoje e as emoções destes dias atiçaram ainda mais as emoções que tenho sentido nos últimos tempos. Estes dias equiparam-se aos dias em que estive "noutro planeta" e senti exactamente as mesmas sensações de solidão, mesmo estando em lugares vastos e apinhados de gente no mesmo estado zombie que eu.
Tenho sentido uma vontade enorme de lá voltar e ficar de vez. Já visitei alguns lugares, muitos mexeram comigo pela positiva, mas aqui apaixonei-me! É como se tivesse tido muitas mulheres e sido feliz com elas, mas nenhuma ter mexido tando comigo como esta. É inexplicável a sensação, mas quero ficar com "ela"!
Fiquei a apreciar o turbilhão de emoções que senti por alguns instantes, até decidir voltar para casa.
Nova viagem a todos os canais disponíveis e eis que páro num programa de animação com origem neste "planeta". Melancólico, como muitos, mas nostálgico para mim. Devo acreditar em sinais?
Apetece-me desaparecer... eclipsar-me... adormecer... fugir... sonhar... amar... viver... mas não sei bem como fazê-lo!
Tenho pensado em constituir família, nos últimos tempos. Que tolice a minha, mal encontro companheira, quanto mais formar família...
Ninguém consegue imaginar a agonia que sinto de cada vez que tomo consciência que em Portugal existem conjuntos de selvagens que decidem torturar e assassinar animais como os touros. Adoro animais - todos eles - e não imaginam aquilo que me dá vontade de fazer a todos os atrasados mentais que participam neste tipo de rituais medievais, totalmente desrespeitosos para com seres vivos que muitas vezes são melhores e têm mais carácter que os Seres Humanos!