Segunda-feira, 1 de Dezembro de 2008

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Hoje em dia assistimos a correntes e modas. Já pensaram que certas pessoas se limitam a seguir modas? Dou um exemplo: discotecas. Não gosto de discotecas, mas já gostei. Quer dizer, nunca gostei, mas se queria acompanhar o grupo de amigos mais valia simpatizar com este tipo de locais. Não seria justo que um todo alterasse os planos por causa de um. Penso que alguns do grupo também não gostavam de discotecas na altura, mas como era "in" e muita gente frequentava esses locais, ficava sempre bem dizer que se tinha ido à festa X, Y e Z.

As discotecas têm muito barulho, eu não sei dançar, mesmo que soubesse escolheria a minha casa para o fazer em vez de um sítio público. Não gosto de me exibir, logo, porquê mostrar a toda a gente que danço? Se tenho as músicas que passam na discoteca, porque não dançar em casa? Muita gente gosta, tal como eu gostava, de ir para a noite para mostrar que é "in". No entanto ressalvo que também existe muita gente que gosta da noite, das discotecas, do ambiente, de dançar e sem pensar em quem está a ver.

Com o passar do tempo fui deixando de frequentar discotecas porque comecei a entender que não deveria seguir modas apenas "porque sim". Hoje não frequento, não por ver maldade nisso, até porque não há, mas porque não gosto. Não consigo achar graça nenhuma a um sítio onde passa música que me rebenta com os tímpanos, onde as pessoas se empurram, pisam e outros que tais, onde não consigo falar falar com as pessoas com quem estou porque há demasiado barulho, e onde as pessoas decidem exibir os seus dotes de dança (ou falta deles).

Já pensaram na quantidade de pessoas que segue modas "porque sim", sem pensar, a sério, se gosta mesmo do que faz/tem? As discotecas são um exemplo. Outro são os iphones. Lembram-se da quantidade de pessoas que quase dormiu à porta dos centros comerciais para ser o primeiro a ter um iphone pela módica quantia de 600 euros? Já pensaram que muitos quase passavam fome para ter um telefone apenas porque a maioria queria ter e se falava na televisão e que não fazia tudo o que um de 250 euros faz, mas mesmo assim as pessoas queriam ter... "porque sim"?

Reparem nas roupas. Hoje em dia as pessoas são clones umas das outras. Veste tudo a mesma cor, anda tudo com o mesmo penteado, anda tudo com os mesmos modelos. Não varia nada. As tatuagens: os homens andam todos com a mania da tatuagem com o nome dos filhos, das mulheres, ou o seu próprio nome no antebraço em letras trabalhadas, em árabe ou caractéres chineses; as mulheres andam todas com uma tatuagem ao fundo das costas (regra geral é tribal), ou têm a rosa, a borboleta ou as estrelas. Já pensaram que não há originalidade, nem personalidade? Depois temos aqueles que querem ser diferentes à força, mas tanto querem ser diferentes que se tornam ridículos de tão excêntricos que se tornam.

O Gabriel, o Pensador tem um álbum (o meu favorito dele) que se chama "Seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo". As pessoas deviam seguir isto. Ser diferente, não é sinónimo de ser radicalmente diferente só "porque sim". Ganhem personalidade, parem, pensem, façam escolhas. Não sigam ondas. Sejam vocês mesmos. Adaptem-se, mudem, mas mantenham a vossa personalidade. Não tenham medo de não ir atrás da desgraça dos outros. Quantas e quantas vezes por trás de todos os artefactos da "moda" não está um ser vazio com doenças de alma, com problemas de afirmação, com problemas interiores, e que segue modas como forma de tentar diminuir a sua frustração? Eu sei que eu próprio me intitulo "frustrado", mas, acreditem, o frustrado não sou eu... de todo!

publicado por diariodeumfrustrado às 17:14
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9 comentários:
De demo a 1 de Dezembro de 2008 às 19:17
Todos diferentes, todos iguais? Todos diferentes, todos diferentes...
Só pode chamar-te frustrado quem não te lê com atençao, és um sobrevivente no mundo dos "clones", parabéns por este estado de alma.
Beijos
De DesabafosDaMinhaAlma a 2 de Dezembro de 2008 às 11:09
Concordo contigo.
Não devemos seguir modas só porque os outros a seguem.
No entanto, quando disses que não segues a moda X ou Y és olhado de lado, como se de um "ET" se tratasse. Se disses que gostas de A ou B, coisas passadas de moda (como se costuma dizer), és antiquando, és isto e aquilo... Por isso, a maior parte das pessoas tende a seguir os outros e a moda dos outros.
Tal como tu, não sigo modas, sigo o que gosto. Se gosto de A ou B, mesmo que passados de moda, compro, ouço, escolho. Não ando a ligar às opiniões de terceiros.
Sim, acima de tudo devemos ser nós mesmo sempre.
Bjs
De Gipsi a 2 de Dezembro de 2008 às 21:32
"Seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo" e não somos sempre os mesmos, hoje o que se vê é o roxo, amanhã logo veremos :) :)
Estava a brincar e agora a sério, não se seguimos modas mas tendências, nem que seja a da tua "tribo" e dançar em casa é bom mas não dá tanto prazer quanto numa discoteca em que tens musica num som que nunca poderás ter em casa ... só tens de escolher os sítios onde ir, escolhe as que não sendo da moda têm boa música.
Sugestão: Incognito entre a 1He as 2,30H da manhã, depois é impossível estar lá.
De antiego a 3 de Dezembro de 2008 às 15:22
Grande malha! isto é um post à medida do blog "Mitos, Modas e Clichés".
Senão te importares, acho que vou pôr um post que praticamente vai ter só um link para este.
De Isa_ a 7 de Dezembro de 2008 às 12:50
lol!.. adoro-te! :)
De soprosdemar a 8 de Dezembro de 2008 às 00:03
Simplesmente adorei até porque sempre fui uma "anti-modas". Muitos diziam que era do contra. Nada disso! Apenas era confuso para mim, a disparidade de comportamentos num pequeno espaço de anos. Os nossos pais tanto lutaram para a individualidade, liberdade e diferença e agora os putos andam todos juntos como se fossem um rebanho de cópias dos pés à cabeça?!!! E ainda se tratasse de bons exemplos, tuso bem mas... Enfim, é a sociedade que temos e fico feliz por não tar isolada nesta luta pela diferença porque é ela que nos dá personalidade :)
De Titi a 13 de Dezembro de 2008 às 12:37
No meu ponto de vista, a discoteca é um local de engates, mesmo quando vamos acompanhados por alguém que se diz ser a cara metade. Deixei de ter vontade de ir à discoteca quando me "casei". É totalmente diferente... Vestimos a roupa que nos favorece mais, bebemos qualquer coisa com álcool para nos tornarmos mais sociáveis... Na grande maioria é assim.

O beijo.
De susana Rodrigues a 20 de Dezembro de 2008 às 23:26
eu costumo falar realmente de clones... clones executivos e a juventude clonada:)
De susana Rodrigues a 20 de Dezembro de 2008 às 23:27
gostei do teu blog.
beijinhos
su

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