Hoje em dia assistimos a correntes e modas. Já pensaram que certas pessoas se limitam a seguir modas? Dou um exemplo: discotecas. Não gosto de discotecas, mas já gostei. Quer dizer, nunca gostei, mas se queria acompanhar o grupo de amigos mais valia simpatizar com este tipo de locais. Não seria justo que um todo alterasse os planos por causa de um. Penso que alguns do grupo também não gostavam de discotecas na altura, mas como era "in" e muita gente frequentava esses locais, ficava sempre bem dizer que se tinha ido à festa X, Y e Z.
As discotecas têm muito barulho, eu não sei dançar, mesmo que soubesse escolheria a minha casa para o fazer em vez de um sítio público. Não gosto de me exibir, logo, porquê mostrar a toda a gente que danço? Se tenho as músicas que passam na discoteca, porque não dançar em casa? Muita gente gosta, tal como eu gostava, de ir para a noite para mostrar que é "in". No entanto ressalvo que também existe muita gente que gosta da noite, das discotecas, do ambiente, de dançar e sem pensar em quem está a ver.
Com o passar do tempo fui deixando de frequentar discotecas porque comecei a entender que não deveria seguir modas apenas "porque sim". Hoje não frequento, não por ver maldade nisso, até porque não há, mas porque não gosto. Não consigo achar graça nenhuma a um sítio onde passa música que me rebenta com os tímpanos, onde as pessoas se empurram, pisam e outros que tais, onde não consigo falar falar com as pessoas com quem estou porque há demasiado barulho, e onde as pessoas decidem exibir os seus dotes de dança (ou falta deles).
Já pensaram na quantidade de pessoas que segue modas "porque sim", sem pensar, a sério, se gosta mesmo do que faz/tem? As discotecas são um exemplo. Outro são os iphones. Lembram-se da quantidade de pessoas que quase dormiu à porta dos centros comerciais para ser o primeiro a ter um iphone pela módica quantia de 600 euros? Já pensaram que muitos quase passavam fome para ter um telefone apenas porque a maioria queria ter e se falava na televisão e que não fazia tudo o que um de 250 euros faz, mas mesmo assim as pessoas queriam ter... "porque sim"?
Reparem nas roupas. Hoje em dia as pessoas são clones umas das outras. Veste tudo a mesma cor, anda tudo com o mesmo penteado, anda tudo com os mesmos modelos. Não varia nada. As tatuagens: os homens andam todos com a mania da tatuagem com o nome dos filhos, das mulheres, ou o seu próprio nome no antebraço em letras trabalhadas, em árabe ou caractéres chineses; as mulheres andam todas com uma tatuagem ao fundo das costas (regra geral é tribal), ou têm a rosa, a borboleta ou as estrelas. Já pensaram que não há originalidade, nem personalidade? Depois temos aqueles que querem ser diferentes à força, mas tanto querem ser diferentes que se tornam ridículos de tão excêntricos que se tornam.
O Gabriel, o Pensador tem um álbum (o meu favorito dele) que se chama "Seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo". As pessoas deviam seguir isto. Ser diferente, não é sinónimo de ser radicalmente diferente só "porque sim". Ganhem personalidade, parem, pensem, façam escolhas. Não sigam ondas. Sejam vocês mesmos. Adaptem-se, mudem, mas mantenham a vossa personalidade. Não tenham medo de não ir atrás da desgraça dos outros. Quantas e quantas vezes por trás de todos os artefactos da "moda" não está um ser vazio com doenças de alma, com problemas de afirmação, com problemas interiores, e que segue modas como forma de tentar diminuir a sua frustração? Eu sei que eu próprio me intitulo "frustrado", mas, acreditem, o frustrado não sou eu... de todo!