Quinta-feira, 4 de Outubro de 2007

O melhor da amizade

Posso dizer que tenho, praticamente, dois grupos de amigos. Um desses grupos foi o que formei na Faculdade. Passámos muita coisa juntos e fomos unidos. No entanto, sempre houve algo que me aborrecia sobre eles: quando vem a dificuldade, metem o rabo entre as pernas e fogem. Apesar disso, sempre nos protegíamos uns aos outros.
Houve uma situação há algum tempo atrás na qual eles sugeriram que se executasse um certo projecto no qual se manteria o anonimato de todos. Posteriormente, era necessário que alguém colocasse no papel as ideias que viessem, e como eles não tinham tempo, fiquei eu incumbido de o fazer. Então, diziam-me sempre "põe isto, isto e aquilo". E eu punha, mas por sugestão deles.
Qual não é o meu espanto quando tudo deu para o torto e pediram-lhes satisfações. A reacção foi espontânea: "foi o Rodrigo, não fui eu". Um deu essa resposta. Os outros diziam "não sei", "mas foste tu?", "eu não fui", "mas tu estavas lá?", "estava", "mas não foste tu...", "não fui eu", "foi o Rodrigo?", "não posso responder". Ora, este "não posso responder" incriminava-me a mim! Mas acontece que, ainda hoje, o que disse directamente que fui eu que fiz as coisas, diz que "se descaiu sem querer", e os outros defendem-se com o "nunca contámos que foste tu".
O que é certo é que quando eu digo que não fui eu, o que oiço é "então como é que os teus amigos pertenciam, está lá lugar para mais um, e eles não foram, e não foste tu também? Um até disse que foste tu". Ora, perante isto, nunca os vi defenderem-me em público e assumirem as suas responsabilidades. O engraçado é que nem um pedido de desculpas recebi e aos poucos começaram a desenvolver a teoria do "tu fizeste essas coisas". Fiz em nome de quem? Por recomendação de quem? Por falta de tempo de quem? Acabaram por ser levados ao colo e vistos como gente de carácter e como heróis, porque arranjaram um culpado e o trouxeram ao mundo. Eu nunca me descosi do que sabia, por honra à amizade que nos unia!
Alguns tempos depois não hesitaram em expor-me novamente em público e dizerem (desta vez) que fui eu quem fiz tudo gratuitamente.
Creio que a nossa amizade se deteriorou com isso, e creio que perdi totalmente a confiança neles. Aliás, foram os mesmos amigos que quando eu dava um passo em nome do colectivo, deixaram de o dar também, mesmo podendo beneficiar com isso. Passaram a deixar-me avançar sozinho para as coisas, mesmo naquelas que sabiam que eu tinha razão e que traria benefícios a todos.
"Deixa-o queimar-se, eu quero salvar a minha pele" é o lema deste meu grupo... de almoços, jantares e de poucos copos. Amigos? Já foram... não posso dizer que hoje o sejam. Ainda os chamo amigos porque... não sei, mas é uma palavra simpática. Possivelmente por me sentir carente de amigos e contacto humano.
É a vida....
publicado por diariodeumfrustrado às 23:36
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